
Um trecho do relatório da Polícia Federal sobre lavagem de dinheiro e policiais civis que tinham ligação com o delator do PCC mostra que foram encontrados, na casa de um investigador conhecido como Bombom, mais de R$ 600 mil em dinheiro embaixo de um colchão.
A mala, cheia de dinheiro, foi encontrada na casa de Marcelo Marques de Souza. Para a PF, não há dúvidas de que o investigador fazia parte de um esquema de recebimento do dinheiro do crime organizado.
No relatório em que o Brasil Urgente teve acesso, a PF afirma que “o investigado tentou explicar a origem do dinheiro no interrogatório, afirmando tratar-se de valores oriundos de terceiros e que estaria apenas guardando. Durante buscas no apartamento de Marcelo, foi localizada uma planilha impressa contendo várias páginas com nomes, apelidos, endereços e valores, possivelmente relativos ao recebimento de vantagens indevidas de estabelecimentos e empresário de onde ele atua como servidor público”.
Os agentes consideram algumas atitudes, dias antes de Gritzbach ser morto, suspeitas. Assim, os investigadores, tiveram acesso ao celular do bombom, que revela fotos de mala com dinheiro em real e em dólar. Ele foi preso.
Além dele, outro investigador também foi capturado. Trata-se de Marcelo Ruggeri, conhecido como “xará”. Em uma conversa entre eles, “xará” pede o contato de Gritzbach. Para o grupo de policiais, o delator do PCC é conhecido como “tinhoso” ou “judas”.
Uma foto em que aparecem Gritzbach junto ao policial Marcelo Ruggieri e, ao lado, outro homem suspeito de lavar dinheiro para o PCC, conhecido como “Molly”, foi enviada aos policiais.
“No mesmo sentido, em que pese ter relatado nutrir uma relação de grande amizade com Gritzbach, o investigado, Marcelo Bombom, bloqueou os três contatos dele em 27/10/2024, poucos dias antes de Vinicius ser morto”, diz o relatório da PF.
O Brasil Urgente também teve acesso ao trecho do inquérito da Corregedoria da Polícia Militar, que investiga a participação de um PM, que já foi do setor de inteligência da Rota com o PCC. Inclusive, saiu em 2022 como candidato a deputado federal e, segundo a Corregedoria, usou dinheiro da facção para comprar carros e utilizá-los na campanha. Este policial militar citado também atuou como motorista do atual secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.