O diretor-presidente da Enel, Max Xavier Lins, sugeriu que o aterramento total da rede elétrica onde a companhia atua, na capital São Paulo e em mais 23 cidades da Região Metropolitana, pode aumentar a tarifa. Segundo ele, o impacto pode ser ainda maior para os mais pobres.
Devido aos custos que podem ocorrer com o aterramento, o executivo ponderou a necessidade de aterramento em casos específicos, sem detalhar quais seriam.
“Onde for cabível, ir enterrando, aos poucos, a rede, mas de maneira muito pontual e específico. Se não, a tarifa fica inviável. Afinal de contas, 1 km de rede subterrânea fica, oito, nove, 10 vezes mais caro do que 1 km de rede aérea. Precisa caber no bolso, sobretudo da população de menor renda”, disse Xavier Lins.
Por diversas vezes, o apresentador Joel Datena, do Brasil Urgente, questionou ao diretor-presidente se a companhia prevê aumentar investimentos para, por exemplo, contratar pessoal e adquirir equipamentos, a fim de agir mais rapidamente em caso de catástrofes que provoquem quedas de energia. O executivo, porém, disse que os volumes atuais serão mantidos ao alegar, novamente, o que chamou de “tarifa insuportável” para o consumidor.
“A Enel vai continuar mantendo esse nível de investimento, que, nos últimos cinco anos, tem sido recorde em mais de 100 anos da existência da companhia, que não é pouco”, considerou o gestor da companhia.
Poda e saúde das árvores
Em outro momento da entrevista, Xavier Lins ressaltou que a rede elétrica de São Paulo precisa ser mais resiliente. Segundo ele, a capital e Região Metropolitana necessita de um plano de ação conjunto para podas e melhora das condições fitossanitárias das árvores.
“Qual é o grande dever de casa a ser feito, conjuntamente? É um grande mapeamento dessa vegetação arbórea, sobretudo urbana, um levantamento fitossanitário dessas árvores e um amplo programa de tratamento dessas árvores”, analisou Xavier Lins.
Entenda os transtornos
Na última sexta-feira (3), um temporal com ventos superiores a 100 km/h causou diversos transtornos no estado de São Paulo. A queda de centenas de árvores, muitas sobre a rede elétrica, provocou uma queda de energia que já dura quatro dias.
De acordo com a Enel, no dia do vendaval, 2,1 milhões de clientes ficaram sem energia elétrica. Até esta terça-feira (7), conforme disse o diretor-presidente da companhia em entrevista ao Brasil Urgente, cerca 47 mil casas e comércios seguem no escuro. A empresa, porém, promete a religação até hoje.