Dezenas de entregadores protestaram, em frente à casa de um idoso de 70 anos, após um motoboy ser alvo de supostas agressões durante uma entrega de comida. O caso aconteceu na zona Sul de São Paulo.
O jovem informou que a agressão ocorreu após ele pedir o código de entrega para uma encomenda que era da vizinha do homem. O trabalhador ainda relatou que o agressor sugeriu que ele fosse um ladrão.
“Eu falei: ‘Moça, só para eu finalizar, passa os quatro últimos números do seu celular para eu liberar o pedido da senhora’. Nisso, o rapaz já apareceu e disse para não passar o número porque seria o número do cartão. Deu a entender que eu era um ladrão”, explicou o entregador Guilherme.
Os dois começaram a discutir, e o filho do idoso apareceu e segurou Guilherme para que fosse agredido, contou.
“Nisso, o filho dele já veio me segurando e gritando: ‘Ladrão, ladrão’. Aí eu falei: ‘Não sou ladrão’. Aí fui tentar correr. Ele me segurava, e o senhor e começou a me bater”, continuou o entregador.
O jovem conseguiu sair do local, mas os colegas souberam dos fatos. Em comboio, protestaram em frente à casa do idoso. O homem, então, pegou uma arma e foi para frente da casa, de onde efetuou disparos.
O motoboy agredido disse para a polícia que ele não estava no protesto e que foram os colegas de trabalho, depois de saberem o que houve, resolveram ir à casa do idoso. A vítima contou que, enquanto ocorria a confusão, ele estava na delegacia, onde fez um boletim de ocorrência.
A polícia dispersou o grupo e levou o idoso à delegacia, que ficou detido por porte ilegal de arma de fogo. Segundo o boletim de ocorrência, o homem alega legítima defesa. Segundo ele, os entregadores ameaçaram invadir a casa dele.
Um rapaz de 19 anos também foi levado à delegacia. Ele atacou a casa do idoso e a viatura da polícia com pedras.
O jovem entregador agredido não concorda com o protesto, mas também não acha justo ser agredido, por ter sido confundido com um ladrão.
“Não acho certo. Passo o dia inteiro trabalhando, das 11h à meia-noite. É uma profissão em que a gente corre risco, o tempo todo, debaixo de sol, chuva, para a pessoa julgar a gente sem conhecer”, desabafou Guilherme.