Uma mulher que estava saindo para trabalhar na zona leste de São Paulo foi surpreendida por volta das 7h30 da manhã por homens que se diziam policiais e tinham distintivos. Ela conta que foi chamada pelo nome - assim como os outros integrantes da família - e informada por eles de que havia um mandado de busca e apreensão contra o sogro dela. Depois disso, os criminosos invadiram a casa.
O procurado era o dono do imóvel, um ourives aposentado, que foi acordado com uma arma na cabeça, avisado do falso mandado. O homem conta que disse que ia levantar e chamar um advogado para resolver as coisas, mas que isso não foi aceito pelos invasores. “Foi aí que eu percebi que tinha algo errado”, diz.
A esposa do ourives conta que um dos criminosos falava frequentemente que mataria ela e o marido se não achasse as joias. Eles ficaram lá dentro por cerca de uma hora e não encontraram nada de valioso. O idoso foi amarrado e levou uma coronhada.
Um dos seis familiares feitos reféns, preso com fita adesiva, enviou um vídeo e um áudio no grupo da família para alertar que a residência havia sido invadida.
Enquanto os homens disfarçados de policiais estavam lá dentro, os vizinhos perceberam a movimentação e chamaram a polícia. Atentos a essa situação, com um informante do lado de fora, os criminosos colocaram a neta do dono da casa, de 21 anos, no carro e até tentaram levar a avó dela, mas não conseguiram. “Pensei ‘eu vou morrer, eles vão me levar para algum lugar, me torturar, me matar”, conta a jovem.
Com os bandidos em fuga, ela pulou do carro em movimento a poucos metros da residência e teve ferimentos leves.
Os criminosos foram perseguidos e houve intenso tiroteio. Eles foram cercados pela polícia e um foi imediatamente preso. O outro fugiu para uma área de mata, não quis se entregar e foi alvo de tiros, sendo socorrido ao hospital da região.
O caso vai ser investigado pelo 10º Distrito Policial, na zona leste de São Paulo.