Brasil Urgente

Imóveis do PCC: bairro da zona leste de SP vira alvo de investimentos da facção

Região está sendo alvo de investigação das várias forças de segurança

Lucas Martins

As investigações apontam que os chefões do PCC investem fortunas obtidas com o tráfico de drogas na compra de imóveis e de carros de luxo na zona leste de São Paulo. Os bairros Tatuapé e Anália Franco são palco de guerra entre criminosos da facção. 

Na região, morreram Wagner Ferreira, o cabelo duro; Cláudio Roberto, o galo cego; Anselmo Bechelli Santa Fausta, o cara preta; Antonio Corona, o sem sangue; e Rafael Maeda, o japa do PCC, encontrado morto na garagem do prédio de um agiota também investigado pelo Ministério Público. 

Na Vila Matilde, bairro vizinho ao Tatuapé, Claudio Almeira, o django, foi encontrado morto. Todos estes traficantes, do alto escalão do PCC, atuavam no tráfico de drogas interno e externo, mas principalmente na lavagem de dinheiro. 

Empresário Vinícius Gritzbach

Um homem segue vivo, mas estaria jurado de morte pela máfia das drogas. Antonio Vinícius Gritzbach, empresário do ramo imobiliário e acusado de lavagem de dinheiro. Ele era diretor de uma construtora e tinha acesso aos principais empreendimentos da região. 

Em uma das primeiras negociações com criminosos do PCC, a construtora negociou um andar inteiro em um edifício comercial por R$ 15 milhões com Anselmo cara preta. O pagamento, de acordo com a investigação do Ministério Público, foi feito em dinheiro vivo e levado em malas de viagem até a sede da empresa. 

Ao menos outros seis suspeitos de integrar o PCC negociaram imóveis com a construtora. Entre eles, dois sócios da UpBus, empresa do transporte coletivo municipal, também investigada pelo MP por envolvimento com o PCC. São eles, Silvio Luiz Ferreira, o cebola, e o advogado Ahmed Hassan, conhecido como Mudi. 

Em uma conversa com Vinícius Gritzbach, o advogado manda uma foto de maços de dinheiro, alegando que pagou ‘o combinado’ e que o contrato de compra de imóvel foi assinado.

Vinícius, que responde em liberdade pela acusação de ser mandante da morte de Anselmo cara preta, acusa Mudi de ter oferecido R$ 3 milhões pela morte dele. No fim do ano passado, o apartamento do empresário foi alvo de um disparo, mas ninguém se feriu. 

Ao menos 52 imóveis, quase todos com valores de R$ 1 milhão, foram negociados com criminosos ligados ao PCC no Tatuapé e no litoral de São Paulo. Em geral, os valores nas notas fiscais são maiores do que aqueles registrados nas escrituras, em um sinal claro, segundo o MP, de lavagem de dinheiro. 

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