Lira e Pacheco como alvos: operação descobre planos do PCC contra autoridades

Segundo o Ministério Público, a facção chegou a enviar criminosos até a capital federal para planejar a "missão"

Felipe Garraffa

"Uma missão". Assim aparece na investigação da Polícia Federal. Integrantes do PCC fizeram pesquisas sobre os endereços dos presidentes da Câmara, Artur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, em Brasília. 

Segundo o Ministério Público, a facção chegou a enviar criminosos até a capital federal para planejar a "missão". Qual era o objetivo do PCC não está claro. Mas em um dos celulares apreendidos durante uma operação foi possível ver que os bandidos tinham imagens aéreas das residências oficiais de Lira e Pacheco.

As imagens foram feitas em novembro do ano passado. A Polícia Federal e o Ministério Público descobriram em meio a operação um outro plano do PCC que era sequestrar o senador Sergio Moro e o promotor do Ministério Público de São Paulo, Lincoln Gakyia. Eles tinham a mesma estratégia em fazer um levantamento da casa onde as possíveis vítimas moram e acompanhar o dia a dia dos alvos e até de familiares.

Segundo a investigação do Ministério Público de São Paulo, em dois meses o PCC teria gasto quase R$ 50 mil para comprar celulares, aluguel de casas, transporte, seguro, IPTU, alimentação, compra de eletroeletrônicos e até investimento com motoristas de aplicativo para procurar por Brasília terrenos para compra e garantir assim o sucesso da "missão".

No plano descoberto para sequestrar Gakyia e Moro, os promotores também relataram que a ordem para atacar autoridades partia de lideranças dentro dos presídios federais e era cumprido por um grupo criado pela facção para agir em sigilo e com conhecimento de táticas militares.

Os integrantes do PCC foram treinados, ainda segundo o MP, por uma guerrilha Paraguaia, o EPP, que é o Exército do Povo Paraguaio. O Primeiro Comando da Capital há quase 10 anos fez uma a aliança com a facção do nosso país vizinho.