Mãe e filho são hospitalizados após acidente com líquido inflamável em SP

Geisa Stefanini e filho sofreram queimaduras; mulher estaria grávida, diz vizinha

Da Redação, com Brasil Urgente

Sem condições para comprar um botijão de gás, que chega a custar quase R$ 100, Geisa Stefanini começou a usar álcool para fazer comida para ela e para o filho, L. G., de apenas sete meses. No entanto, um acidente doméstico nesta quinta-feira (2) levou os dois para o hospital.

A gambiarra montada na cozinha da casa, em Osasco, na Grande São Paulo, pode custar a vida da mulher, de 32 anos. Ela foi internada com 90% do corpo queimado.

Em cima do fogão da casa, fica a estrutura que Geisa montou para cozinhar sem o gás. Entre dois tijolos, uma lata continha um líquido combustível. Por cima, uma grelha segurava uma panela de arroz para o cozimento.

Na pia, ficou o galão de plástico onde teria sido armazenado o líquido inflamável que ela usou - os vizinhos não sabem se ela usou álcool ou gasolina. Com a explosão, o fogo atingiu Geisa e o filho, que dormia no berço.

“Ela começou a pedir socorro, falar que ela estava pegando fogo. Eu subi correndo. Aí ela já tinha tirado a criança do berço e colocado em uma cadeirinha”, contou Laís Oliveira, vizinha de Geisa, em entrevista ao Brasil Urgente.

O fogo só não se alastrou porque os vizinhos agiram rápido. Uma caixa d’água próxima estava cheia e foi usada.

“Meu tio estava aqui atrás (...), pegou um balde com água, jogou nela. Aí uma amiga minha chegou, jogou agua no berço, que estava pegando foto”, acrescentou Laís.

O bebe com 50% do corpo queimado foi internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, e não corre risco de morrer. A mãe está no hospital da Vila Penteado, zona norte da capital paulista. O estado de saúde dela é considerado grave.

“Ela está respirando por aparelhos”, acrescentou a vizinha, que disse que Geisa está grávida de 28 semanas - o que só teria sido descoberto na hospitalização. “Se Deus quiser, ela vai sair dessa”, torce.

Problemas financeiros

Geisa passava por uma situação financeira difícil. Não tinha dinheiro para comprar o gás. Mas não comentou com ninguém.

“Para mim, é muito chocante, muito triste, né? Eu não estava sabendo da situação dela, muito crítica. Além de ser minha inquilina, era amiga nossa”, conta Mônica, a vizinha que alugava a casa para a vítima.

“O bebê, sempre que precisava, a gente olhava. Sempre ajudamos ela em tudo que ela precisasse. Mas, a esse ponto de ela passar o que ela estava passando, ela nunca foi de contar”, completou.

A vendedora de cosméticos atravessava um período fraco de vendas. O pouco dinheiro que ganhava era para pagar aluguel, as contas da casa e comprar tudo que o filho de sete meses precisasse. Não sobrou para a comida.

“Eu sabia que ela não tinha as coisas de comida, alimentos. Aí eu fiz uma cesta, montei, dei pra ela”, conta Mônica, que descreveu Geisa como “uma pessoa muito gente boa”. “Ela cuida muito bem do bebê. Desde que ela veio para cá, ele era recém-nascido, agora ele está com sete meses.”

Geisa mora sozinha na casa de apenas dois cômodos. Ela tem poucas coisas. O colchão fica no chão, sem cama. Do outro lado, fica o berço do bebê. No berço, ficaram as marcas do incêndio.