A Polícia de São Paulo prendeu o peruano Obrilfido Quispe Rimachi, conhecido como Papito, durante desdobramento da Operação Hades contra a Máfia do Brás, na região central da capital paulista.
No momento de sua prisão, Papito carregava entre as pernas uma pistola glock 380 pronta para atirar. Ele teve ainda dois celulares apreendidos.
De acordo com a investigação da Operação Hades, a Máfia dos Brás tem três núcleos principais dirigidos por criminosos conhecidos entre os ambulantes como “donos das ruas”. Eles exigem pagamentos altíssimos pelo uso de espaço que é público, tem capangas armados e usam a violência para cobrar quem não paga.
Manoel Sabino, atualmente em prisão domiciliar, domina um núcleo. Papito é o chefe do segundo e Peterson Tetinha comanda o terceiro.
O Brasil Urgente teve acesso com exclusividade ao relatório da operação que combate o crime na região central de São Paulo.
No depoimento de uma das vítimas, ela diz que uma mulher a procurou, realizou um cadastro e estabeleceu o valor semanal de R$ 300 para uso do espaço público. O ambulante reforça que a quantia tem que ser entregue em dinheiro e que se o pagamento não for feito, o comerciante é retirado do local e o ponto passado para outra pessoa.
Outra vítima diz que foi abordada por aproximadamente 30 pessoas que se diziam vinculadas à Coopbrás, uma cooperativa que atua no Brás e é dominada pela máfia. Ela conta que ficou com medo e passou a dormir dentro do carro por um ano, mesmo estando grávida e afirma que os donos das ruas empregam violência para pagamento da taxa ilegal.