A polícia pediu e a Justiça acatou. Os cinco investigados presos na operação que desarticulou a máfia do Detran de São Paulo tiveram as prisões temporárias convertidas em preventivas.
“Nós representamos pela prisão preventiva para que eles possam permanecer presos até as conclusões das investigações”, disse o delegado Glaucio Stocco em entrevista ao Brasil Urgente.
O grupo, liderado pelo diretor técnico do Departamento de Trânsito de São Paulo, Luiz Augusto Quintas, foi indiciado por lavagem de dinheiro, favorecimento pessoal, ocultação de valores e inserção de dados falsos no sistema do Detran.
Na casa dos integrantes da quadrilha, a polícia apreendeu documentos e aparelhos eletrônicos. Todo esse material vai ser periciado e transformado em provas. O processo vai ser feito em conjunto com a Controladoria Geral do Estado, responsável pela investigação administrativa.
A operação que culminou na prisão da quadrilha foi resultado de uma forma inédita de apuração no Brasil, a técnica de produção de prova compartilhada, muito usada pelo Serviço Secreto dos Estados Unidos e Itália.
Uma das ilegalidades cometidas pelo grupo criminoso era a liberação de veículos que estavam impossibilitados de rodar. O desbloqueio era feito com senhas clonadas de funcionários que não faziam ideia do esquema fraudulento.
O bando conseguiu movimentar muito dinheiro com o recebimento de propina. Só na cobertura de luxo de Luiz Augusto Quintas foram encontrados R$ 600 mil, quase R$ 150 mil em espécie. Ele já perdeu o cargo de diretor no Detran e pode ser exonerado.
“A gente vai demonstrar a incompatibilidade dos vencimentos dele, declarados oficialmente na Receita Federal, com o padrão de vida que ele tinha”, pontuou Stocco.
A polícia identificou, até agora 1113 veículos, que foram liberados pela quadrilha de maneira ilegal. O próximo passo das autoridades é pedir o bloqueio desses carros e penalizar os responsáveis.
Aqueles que se aproveitaram de facilidades ilegais podem ser indiciados por fraude processual.