A polícia de São Paulo invadiu, nesta terça-feira (3), uma fábrica clandestina de cigarros localizada na periferia da zona oeste de São Paulo. Segundo a investigação do DEIC, a produção acontecida a serviço do crime organizado.
No galpão, as máquinas trabalhavam a todo vapor e produziam duas marcas de cigarros, de nomes desconhecidos do grande público, mas que fazem sucesso nas periferias das capitais do país, principalmente no Rio de Janeiro, onde a máfia dos cigarros domina o mercado.
Ainda de acordo com o DEIC, boa parte dos cigarros produzidos seguia para comunidades do Rio, onde milícias e o jogo do bicho controlam as marcas que entram e quem pode vender os cigarros do grupo criminoso.
A investigação começou com a acusação do antigo dono desta fabrica que disse ter sido vítima de um grupo de estelionatários. Ele afirma que tinha autorização legal para produzir os cigarros, mas que foi enganado por dois advogados e perdeu a empresa, em uma transação comercial fraudulenta. O DEIC apura essa negociação ilegal.
Nesta terça, os cigarros e o maquinário de produção foram apreendidos com autorização da Justiça. A polícia civil investiga o crime de associação criminosa.
A máfia dos cigarros no Rio de Janeiro funciona como uma milícia ligada ao jogo do bicho e ao crime organizado. Além disso, tem a participação de policiais e ex-militares.
Nos últimos anos, o monopólio de cigarros dominado por milicianos arrecadou mais de cinquenta milhões de reais e causou muitas mortes numa disputa pelo domínio dos pontos de venda.