Mais de 30 pessoas foram presas nesta sexta-feira (10) em São Paulo, durante uma megaoperação de combate à pornografia infantil. A operação se estendeu também para os estados de Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Antes mesmo de o dia amanhecer, quase 500 policiais do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas), da Polícia Civil paulista, já estavam a postos. Um dos destinos da operação foi a comunidade de Heliópolis, na zona sul da capital paulista.
Policiais fortemente armados cercaram as vielas da comunidade por terra e ar. Casas e pontos comerciais foram alvos da investigação da força-tarefa, que investiga mais de 100 endereços que funcionavam como “escritórios do crime” para redes de pedofilia.
Os materiais eletrônicos apreendidos serão periciados. Nos 90 mandados de busca e apreensão cumpridos, a polícia apreendeu arquivos com conteúdos relacionados a crimes de exploração sexual contra crianças e adolescentes.
“São vários locais, uma grande operação chamada Debug, com referência à pedofilia”, afirmou o delegado Maurício Freire. “São equipamentos que são usados para armazenamento e produção de pedofilia”, completou.
Se condenados, os suspeitos podem pegar até 15 anos de prisão.
Suspeitos usavam ‘internet obscura’
Nos mais de 100 endereços que foram alvo da força-tarefa policial em São Paulo, os agentes apreenderam dezenas de computadores, notebooks, celulares e materiais eletrônicos que armazenavam e comercializavam conteúdo de pornografia infantil na internet.
“Esses criminosos estão se utilizando de programas ainda mais avançados no cenário da deep web, que é uma rede mais obscura”, disse o delegado Guilherme Caselli.
“Há de se falar de pessoas, conteúdo técnico muito avançado, que dificilmente cairia numa rede normal de investigação. Por isso que pessoas selecionadas são utilizadas por essa junta”, acrescentou.
O trabalho coordenado pelo Garra/Dope e pela divisão de capturas da Polícia Civil de São Paulo teve apoio do Ministério Público com o CyberGaeco, unidade especializada em investigações de crimes cibernéticos.
Em uma única rua, três endereços foram checados depois que os policiais chegarem até os locais pela internet. Na maioria dos casos, os pedófilos se passam por crianças e adolescentes e com um perfil falso nas redes sociais eles obtém o conteúdo de pornografia.