MP sugere banir torcidas organizadas de Cruzeiro e Atlético Mineiro dos estádios

Pedido ocorre após morte de jovem em confronto; caso Justiça aceite sugestão, Galoucura e Máfia Azul serão banidas até 2026 e 2028, respectivamente

Da redação

MP sugere banir torcidas organizadas de Cruzeiro e Atlético Mineiro dos estádios
Pedido ocorre após morte de jovem em confronto de torcidas
Reprodução

O Ministério Público de Minas Gerais sugeriu que as torcidas organizadas Galoucura, do Atlético Mineiro e Máfia Azul, do Cruzeiro, sejam banidas por dois anos após a morte de um torcedor no último sábado (2). O confronto deixou três pessoas baleadas, uma ferida por uma paulada e o jovem Lucas Silva morto. 

Em decisão divulgada nesta segunda-feira (4), o Ministério Público sugere a proibição, por dois anos, do "uso, porte e exibição de qualquer vestimenta, faixa, bandeira, instrumento musical ou qualquer objeto que possa caracterizar a presença das torcidas nos estádios ou seus respectivos entornos, nos dias de jogos".

Assim, caso a Justiça aceite a sugestão do MP-MG, a Galoucura pode ser banida até 4 de março de 2026 e a Máfia Azul, que já havia sido banida até março de 2026, teria a pena aumentada até março de 2028.

Além da exclusão das torcidas, o MP-MG também sugeriu a criação de um grupo especializado, associado ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, para o combate à criminalidade em eventos de futebol.

Mãe de torcedor morto falou com Datena

Ana Paula Hercolina, mãe do torcedor do Cruzeiro morto durante um confronto entre a torcida do time e do Atlético Mineiro, afirmou que não sabia que o filho iria para a partida válida pelo Campeonato Mineiro. Ao Brasil Urgente, a mãe do jovem morto afirmou que amigos contaram que o jogo era perigoso. 

“Nunca o proibi de ir aos jogos, mas desse jogo, eu nem sabia que ele ia, se eu soubesse…como muitos falaram para ele não ir, porque era perigoso, porque foi marcado dois jogos no mesmo horário”, contou. 

A mãe citou que o filho não era da Máfia Azul, torcida organizada do Cruzeiro e que não se envolvia em brigas do tipo. “Meu filho era carinhoso, brincalhão, ele era só alegria, todo mundo vai lembrar dele assim”, disse. 

Apesar do luto, Ana Paula fala que é tranquilizada por Deus. “Meu coração está acalentado por Deus, porque ninguém está preparado para a morte, muito menos para enterrar um filho. Ele deixou uma criança que vai fazer dois anos, a esposa, que está arrasada e deixou muitos amigos, muita amizade, que meu filho era muito querido”, pontuou.