Mulher presa por furto de água deixa penitenciária em MG após 100 dias

Fabiana da Silva foi beneficiada por uma decisão do STF

Marcelo Moreira, do Brasil Urgente

Fabiana da Silva foi beneficiada por uma decisão do STF Reprodução
Fabiana da Silva foi beneficiada por uma decisão do STF
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O alvará de soltura chegou no meio da noite desta sexta-feira (19) à penitenciária de Uberlândia, cidade na região do Triângulo Mineiro a cerca de 550 km de Belo Horizonte.

Antes de voltar para casa, a diarista Fabiana da Silva de 34 anos disse que finalmente poderia sorrir – “de alegria”, segundo ela.

“Podia pedir uma fiança, ou chegar a um acordo, conversar”, desabafou.

Fabiana passou 100 dias no cárcere. A acusação: furtar água da rede da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).

Foram mais de três meses de convivência com homicidas, traficantes e sequestradoras. E pior: longe do filho de 5 anos, que precisou ficar aos cuidados da irmã adolescente.

“Eu não dormia, eu chorava. Fui obrigada a pedir remédio, passar pelo médico”, lembra. 

A decisão da revogação da prisão preventiva foi do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Em despacho na quarta-feira (17), o ministro fala da prisão desnecessária e desproporcional diante de uma infração onde não houve violência ou grave ameaça. O pedido de liberdade para Fabiana foi negado por duas vezes em instâncias inferiores.

A história da mãe humilde que foi presa por furtar água depois de quebrar um lacre de companhia de saneamento chegou a uma defensora pública através de um bilhete durante uma visita da advogada do estado ao presídio.

A prisão em flagrante aconteceu no final de julho. Segundo a polícia, a mulher – mãe de 2 filhos, moradora da zona rural de Estrela do Sul (MG) – teria rompido um lacre colocado no hidrômetro para bloquear o fornecimento de água encanada por falta de pagamento.