Munição da PM usada para matar Gritzbach era de lote disparado em assalto em 2020

Levantamento de ONG descobriu que munições usadas na execução do delator do PCC fazem parte do mesmo lote de projéteis utilizados no mega-assalto em Botucatu (SP)

Da redação

A investigação da morte de Vinicius Gritzbach evidencia, a cada dia, a corrupção policial em São Paulo. Um levantamento do Instituto Sou da Paz descobriu que munições usadas na execução do delator do PCC fazem parte do mesmo lote de projéteis utilizados numa outra ação criminosa recente.

Os números identificadores das munições mostram que o lote é o mesmo usado num ataque a banco na cidade de Botucatu, interior paulista, em 2020. Já a execução de Gritzbach ocorreu em novembro de 2024.

A descoberta do Instituto Sou da Paz, uma ONG que monitora os índices de violência no estado, veio por meio do confronto balístico feito pela polícia cientifica nos dois casos.

Para o instituto, essa coincidência mostra que a corrupção policial acontece há muito tempo em São Paulo.

O levantamento da perícia, em Botucatu, também indicou que foram usadas, pelo crime organizado, munições da Policia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Exército.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo diz que mantém normas rígidas de controle e distribuição de munições e armas e que qualquer desvio de conduta de agentes públicos terá punição.

O assalto em Botucatu durou três horas. Armados com fuzis, alguns capazes de furar blindagens e derrubar aviões, os criminosos atacaram uma agência bancaria e uma joalheria. Pelos menos quarenta bandidos participaram da ação. A cidade foi sitiada, inclusive com moradores feitos reféns.

A quadrilha explodiu caixas e levou terror a Botucatu. Dois policiais ficaram feridos. Cinco criminosos foram presos.

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