Operação descobre celulares, drogas e dinheiro em cadeia da Polícia Civil de SP

Esquema, montado dentro do presídio da Polícia Civil, contava até com planos de internet para conectar policiais presos

Da redação

Um celular para cada três presos dentro da cadeia da Polícia Civil de São Paulo, onde 69 estão presos. Pelo menos, foi essa a quantidade de aparelhos encontrada pela Corregedoria da corporação numa operação que descobriu que delegados e investigadores tinham livre acesso aos aparelhos. 

Ao todo, 23 celulares foram encontrados. Imagens revelam onde os aparelhos foram encontrados. Alguns estavam em gavetas. Outros, em meio a um vaso com terra em cima, coberto por um plástico. Além disso, mais de R$ 21 mil em espécie, 11 relógios inteligentes, 14 carregadores, quase 30 fones de ouvido, maconha, dólar, euro e um notebook foram encontrados.

Segundo a investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP), policiais de dentro do presídio davam ordens para continuar a arrecadação de dinheiro, de maneira ilegal, nas ruas e ameaçavam famílias de inimigos. Tudo isso por chamadas de vídeo. 

O esquema, montado dentro do presídio da Polícia Civil, contava até com planos de internet. Uma anotação comprova isso. A fatura teria fechado em 21 de janeiro de 2025, em um plano de 31GB por R$ 75. Com isso, a rede do presídio estava mantida e os policiais presos ficavam conectados. 

A reportagem do Brasil Urgente apurou que dois policiais presos, citados na delação de Vinicius Gritzbach, contavam com a ajuda de dois de seus familiares para atrapalharem as investigações. 

Presos desde setembro do ano passado, os dois policias foram denunciados por integrarem e liderarem uma organização criminosa armada e destinada à prática de crimes contra a administração pública, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. 

Além dessa ação no presídio policial, a força tarefa cumpriu, na última terça-feira (4), mandados de busca e apreensão contra um delegado de classe especial, um dos mais altos níveis hierárquicos da Polícia Civil. Ele é suspeito de cobrar investigadores para pagarem as suas contas pessoais.

Nos últimos anos, o delegado alvo da operação de ontem ocupou postos de destaque no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), no Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc). Ele não foi preso.

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