Brasil Urgente

Operação para vans escolares transportarem corpos em SP é suspensa

Após denúncia do Brasil urgente, Era Engenharia vai oferecer treinamento e orientar a respeito da higienização dos carros antes do serviço

Da Redação, com Brasil Urgente

Diante da repercussão negativa de usar vans escolares para o transporte de corpos por conta das vítimas da covid-19 em São Paulo, a empresa que ganhou o contrato milionário da prefeitura para a operação suspendeu o serviço temporariamente. Antes de começar as operações, a Era Engenharia vai oferecer treinamento e orientar a respeito da higienização dos carros. Só então as 50 vans escolares vão poder transportar os cadáveres. 

Atualmente, são 14 mil perueiros só na cidade de São Paulo que estão sem trabalhar por causa da pandemia, já que as aulas presenciais estão ou foram suspensas durante boa parte da pandemia. 

É o caso de Adilson Ganzarolli, que sobrevive com doação de cestas básicas e teme ser despejado de seu apartamento. 

“É pedir para Deus que continue movendo o coração do proprietário do apartamento e segurar por mais um tempo até passar [essa] situação, arrumar um emprego”, relatou. 

Adílson ficou sabendo desse serviço de transportar corpos, mas não quis participar. Para ele não compensa. Quem participou da reunião disse que a ideia é tirar os bancos, e mexer na caracterização dos veículos, o que traria custos. Ele espera poder voltar a transportar alunos o mais rápido possível. 

A empresa que comanda a operação é a Era Técnica Engenharia, que subcontratou os veículos escolares e vai receber da prefeitura de São Paulo R$ 1,75 milhões, pagando R$ 600 mil aos contratados. O contrato foi publicado na última segunda-feira (30) no Diário Oficial, mas a proposta aos perueiros foi feita há uma semana, conforme divulgado pelo Brasil Urgente em primeira mão. 

Em nota divulgada nesta terça (30), a Prefeitura declarou que o valor oferecido pela Era Engenharia para o transporte de corpos foi o menor. 

Já a categoria dos escolares segue sem nenhum incentivo. Rosana Gallego afirma que foi oferecida a possibilidade de usar as vans no transporte público para desafogar os ônibus que andam superlotados, mas não houve resposta. 

“É uma forma de ganho para que nós consigamos sobreviver, colocar comida na nossa casa, pagar as nossas contas e manter o carro até a volta às aulas”, explicou. 

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