Polícia descobre falsa clínica de reabilitação no extremo sul de São Paulo

No local foram encontradas cerca de 86 pessoas. Os dependentes químicos pediram ajuda aos policiais relatando que não tinham contato com os familiares há meses

Por Cesar Cavalcante

A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão nos bairros Colônia e Jardim Shangrilá, na zona sul de São Paulo, e descobriu uma falsa clínica de reabilitação, que na verdade era usada para como prisão clandestina.

No local foram encontradas cerca de 86 pessoas. Os dependentes químicos pediram ajuda aos policiais relatando que não tinham contato com os familiares há meses e que estavam sendo vítimas de agressões físicas e psicológicas por parte de alguns funcionários da clínica. Diversos medicamentos sem registro e vencidos foram apreendidos. Em um dos cômodos onde também havia uma fossa de esgoto instalada. A polícia chamou a Vigilância Sanitária para interditar o local.

A polícia chegou até o local após a prisão um homem acusado de desovar um corpo em saco plástico na região do Grajaú.

O crime aconteceu no mês passado, no Grajaú, extremo sul de São Paulo. Os investigadores descobriram que a vítima, Renato Augustinho, de 40 anos, era integrante do crime organizado e teria violado uma das diretrizes do chamado "estatuto do crime". Na época, familiares disseram que ele teria engravidado uma adolescente de 14 anos e que saiu de casa dizendo que tinha pendências a resolver.

Outro suspeito desse crime já tinha sido preso pelos policiais do DHPP, que acabaram descobrindo que ele era responsável por, pelo menos, duas clínicas para tratamento de dependentes químicos, uma delas sem registro para funcionamento. Estabelecimentos que eram verdadeiras prisões clandestinas.

A polícia quer descobrir se as clínicas gerenciadas por um membro do PCC existem para lavar dinheiro do crime. Os investigadores descobriram a existência de dois estabelecimentos que abrigam 86 pacientes. São dependentes químicos e pessoas que procuravam recuperação do vício no álcool, mas que encontravam um verdadeiro inferno. 

Familiares pagavam para internar os pacientes, sem saber o que eles passavam. Muitos disseram que não tinham contato com a família há meses.