Polícia prende suspeito de participação em morte de professor de jiu-jitsu em SP

Criminosos roubaram moto de Luciano Torres de Bezerra, que foi baleado mesmo sem reagir a assalto

Da Redação, com Brasil Urgente

Criminosos roubaram moto de Luciano Torres de Bezerra, que foi baleado mesmo sem reagir a assalto Reprodução
Criminosos roubaram moto de Luciano Torres de Bezerra, que foi baleado mesmo sem reagir a assalto
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Um homem suspeito de participar no assassinato do professor de jiu-jitsu Luciano Torres de Bezerra, de 45 anos, foi preso nesta terça-feira (10) em São Paulo. As informações são do Brasil Urgente.

Bezerra morreu atingido por um tiro durante um assalto no último domingo (8) na zona norte da capital paulista. Um homem teria descido de um carro de reciclagem para roubar a moto da vítima. Bezerra entregou o veículo, mas foi baleado e morreu.

O suspeito, identificado como Rodnei Lima, foi preso na Brasilândia, zona norte da capital paulista, após uma denúncia anônima. Ele foi levado para o 4º DP e confessou participação no crime.

À Polícia Civil, Rodnei afirmou que diria o carro usado no roubo seguido de morte. Quem desceu do veículo para anunciar o assalto foi o comparsa, já identificado, que fez o disparo contra a cabeça da vítima.

Rodnei já tem duas passagens por receptação de moto roubada. Ele disse aos policiais militares na hora da prisão que a intenção da dupla era mesmo roubar o veículo pilotado por Luciano.

“O objetivo dos indivíduos era, a princípio, praticar o roubo, levar a motocicleta. Segundo relato da testemunha, a vítima não reagiu em nenhum momento, e mesmo assim o indivíduo efetuou o disparo de arma de fogo, levando a vítima a óbito”, afirmou o tenente Lucas de Oliveira, da Polícia Militar.

O carro usado nos crimes chegou à delegacia no início da tarde. A polícia já tem identificação do comparsa: um homem de 20 anos, com passagem por tentativa de homicídio.

No mesmo dia da morte do lutador, o suspeito foragido foi acusado pela atual companheira de espanca-la na frente dos filhos, o que rendeu a ele um Boletim de Ocorrência por violência doméstica.

A moto roubada ainda não foi localizada, mas a PM tem informações de que o veículo foi visto transitando em bailes funk na região onde foi roubada. A investigação acredita em um terceiro criminoso na ação.

Depois do roubo e execução, Rodnei e o comparsa foram se divertir em um baile funk na Brasilândia. Lá, venderam a arma usada no crime por R$ 1 mil.

Nesta segunda-feira, o comparsa resolveu deixar a cidade de São Paulo por causa da repercussão do caso. A polícia deve pedir a prisão temporada dos dois nas próximas horas.

Despedida tem bandeirão e quimonos

Luciano foi enterrado na manhã desta terça-feira no cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo. Por conta dos protocolos sanitários impostos pela pandemia do novo coronavírus, familiares e amigos tiveram apenas uma hora para se despedir do atleta.

Um dos alunos de Luciano, Gustavo Corrêa estava presente à despedida. Profundo admirado do professor, faz elogios ao trabalho da vítima.

“Ele amava o jiu-jitsu, dedicou a vida dele ao jiu-jitsu, aos alunos, estava sempre alegre, sempre disposto a treinar, mesmo machucado, sempre dando conselhos”, descreveu.

Vários alunos estiveram presentes para o adeus. Chegaram de quimono, assim como Luciano, que a pedido dos filhos, usava a roupa de luta que vestia nas competições.

No momento da despedida, os filhos de 14 e 19 fizeram uma homenagem. O mais velho levantou uma bandeira do Palmeiras, time do coração do pai. Em seguida, soltaram fogos de artificio.

“Meu pai era uma pessoa maravilhosa para todo mundo, o cara mais gente boa que eu conheci. Todo mundo sabe disso. Vai ser muito difícil. Só o dia a dia para amenizar a saudade que a gente vai ter dele”, afirmou o jovem.

Luciano foi atleta, participou de muitas competições, tinha coleção de medalhas. Atualmente, o professor se dedicava a ensinar, principalmente crianças e jovens de comunidades carentes.

“Ele sempre gostou de dar aula em entidades, nas comunidade. Ele era uma pessoa que tirava pessoas da droga. A pessoa estava ruim, ele ia lá e conversava com a pessoa. Estava sem quimono, ele ia lá e dava o quimono. Era um paizão para a sociedade”, descreveu Morsa Amaral, amigo da vítima.

A jornalista Letícia Gil, da Band, era namorada de Luciano e compareceu ao sepultamento. À reportagem, ela agradeceu as mensagens de apoio recebidas.

“Muito obrigada pelo carinho de todas as pessoas, de todos os jornalistas da Band, todas as equipes. Obrigada pelo Datena, pelo que ele falou. Esse carinho conforta muito”, disse a repórter.

“Eu agradeço muito, muito, muito mesmo todo o carinho de vocês, pessoal da Band, todas as pessoas que me mandaram mensagens, a presença de vocêss aqui, cada abraço. Isso é muito importante”, completou.