A Justiça de São Paulo aceitou, nesta sexta-feira (10), uma denúncia contra Manoel Sabino, atual presidente do São Caetano. Ele é acusado de chefiar uma quadrilha responsável por lavagem de dinheiro e por tortura na região do Brás, no centro da capital paulista.

Segundo as investigações, o dirigente teria lavado cerca de R$ 500 mil pela venda ilegal de boxes de na famosa feira da madrugada.  

Ao todo, segundo o Ministério Público, 14 pessoas fazem parte da organização criminosa liderada pelo gestor do clube paulista.  

No fim do mês passado, Sabino, a mulher dele, Francielly Gonzales, e outras cinco pessoas foram presos. O dirigente e sua esposa respondem o processo em liberdade.  

Francielly cumpre medidas cautelares, e Sabino está em prisão domiciliar. A justiça acatou um pedido da defesa, que alegou problemas de saúde.  

A investigação encontrou, no celular da esposa de Sabino, fotos e vídeos que comprovam os crimes de tortura, além de 'bolos' de dinheiro em reais e dólares.

Em apreensão feita pela Polícia Civil, Sabino aparece em um vídeo contando dinheiro e separando um valor que, segundo ele, seria destinado ao pagamento de salários atrasados no São Caetano  

Segundo a polícia, as notas foram obtidas como pagamento de propina à facção. Sabino e sua quadrilha é acusada de vender até espaço para ambulantes que trabalham no Brás.  

Além da bolada, a polícia também encontrou vídeos com agressões a um ambulante que teria deixado de pagar a taxa ao grupo.  

Em um dos vídeos, o próprio presidente do São Caetano aparece batendo em um homem acusado de roubar roupas e dinheiro.  

Outra imagem mostra Guimarães Alves Mesquita, conhecido como Neguinho, membro do grupo, comandando agressões a outro acusado de roubo. O grupo também gravava vídeos ostentando armas como demonstração de poder.  

O advogado do São Caetano disse que Manoel Sabino foi preso indevidamente, que ele é presidente de uma associação que briga pelo interesse dos lojistas do Brás e que o dinheiro dele é lícito e declarado.

Em entrevista a Jose´ Luiz Datena, no Brasil Urgente, o delegado Roberto Monteiro confirmou as acusações contra Sabino.