Onyx ameniza conflito e diz que "Guedes não perde poder, só ganha um auxiliar"

Ministro negou que a criação de uma nova pasta seja uma maneira de esvaziar o Ministério da Economia

da Redação com Brasil Urgente

Onyx Lorenzoni amenizou o clima de conflito e disse nesta quinta-feira (22) em entrevista ao Brasil Urgente que, com a reforma ministerial anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes “não perde poder”, apenas “ganha um auxiliar”.  

Mais cedo, Bolsonaro confirmou, como já havia adiantado ontem (21), que esvaziará o Ministério da Economia de Paulo Guedes para recriar o Ministério do Trabalho com o nome de Ministério do Emprego e Previdência. A pasta será liderada por Lorenzoni, que deixará a Secretaria-Geral da Presidência. O presidente também reafirmou que "a princípio" o senador Ciro Nogueira (PP-PI) assumirá a Casa Civil, com Luiz Eduardo Ramos passando para a Secretaria-Geral.

“Eu já reafirmei, mais de uma vez, que somos um time. Já joguei com camiseta de zagueiro, volante, atacante. O presidente me chamou e disse: ‘Gauchão, tenho uma bronca pra ti. Vamos recriar isso, isso, isso e você vai ter que tocar’. Eu falei: ‘Está bem, quando começo?’. Tem que ser assim. Tenho uma relação de amizade de mais de 20 anos com o ministro Paulo Guedes, estamos juntos desde o início da criação do programa de governo em dezembro de 2017. Não é de hoje", declarou Onyx.

"Lá por agosto do ano passado, quando estávamos no debate do auxílio emergencial juntos, chamei ele para um almoço e disse: ‘Amigo, acho que no ano que vem o desafio será reforma tributária e geração de emprego’. E o Paulo disse que desde aquela época estava trabalhando nisso. Tem uma série de programas, agora é ter foco para tocar. Daí esse convite que recebi. Como já disse, meu dever de lealdade com o presidente é absoluto, e o ministro Guedes não perde nenhum poder, só ganha um auxiliar que vai ajudar a fazer com que possamos aproveitar o ‘vulcão’ do aumento do PIB para casar com emprego e renda”, completou.  

Já falando como ministro do Trabalho, Lorenzoni afirmou que o processo de transição está em andamento e participou, inclusive, das primeiras conversas com a equipe da Economia que passará a ser sua subordinada. Segundo ele, os programas serão criados com a meta inicial de “sonhar com 2 ou 3 milhões de empregos” nos próximos 6 ou 7 meses.  

“O processo está andando. Das conversas que tivemos com a equipe, já existem programas sendo preparados para viabilizar um espaço de colocação. Em paralelo já tínhamos ideias que nasceram no Ministério da Cidadania e vínhamos conversando com a Economia. Por exemplo, a ideia de um serviço civil voluntário onde os jovens poderiam voluntariamente se oferecer para o serviço civil. Algo parecido com o serviço militar, mas sem ser obrigatório”, adiantou.  

Sem dar maiores detalhes, o ministro revelou também que pretende criar um programa de “emprego emergencial” em que tanto as empresas quanto o setor público poderiam fechar contratações “sem o custo de Previdência e leis sociais que o Brasil geralmente tem”.  

“Estamos quebrando a cabeça. As equipes estão trabalhando. Hoje foi o primeiro dia que conversei um pouco sobre essas questões. Vamos mergulhar mais profundamente."