Brasil Urgente

Secretário cita 26 mortes 'com antecedentes criminais' no Jacarezinho

Número é superior ao divulgado na véspera, quando relatos apontavam para 25 óbitos - incluindo um policial

Da Redação, com Brasil Urgente

O secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, afirmou nesta sexta-feira (7) que a operação policial da véspera na comunidade do Jacarezinho, zona norte do Rio, terminou com 27 mortes – duas a mais do que os números divulgados na quinta-feira. O número inclui um policial morto na operação.

Em entrevista ao Brasil Urgente, Turnowski assegurou que os 26 moradores que morreram na ação tinham antecedentes criminais. Segundo o secretário, apenas criminosos investigados foram alvos da operação, embora outras pessoas tenham se ferido.

“Não são cidadãos que foram feridos em uma ação errada da Polícia Civil. Foram criminosos, traficantes, com passagem na polícia, que resistiram porque recebem ordem de resistência. Existem líderes dessa facção, politizados, com acesso às mídias sociais, que dizem para seus traficantes resistirem, porque isso gera um desgaste para a polícia e evita que eles (policiais) voltem a suas comunidades”, assegurou.

“O que a gente lamenta é a morte do policial. A gente lamenta os ferimentos dos inocentes e lamenta também a morte desses bandidos que, ao invés de fugir, têm que bancar uma troca de tiros com a polícia para não serem mortos nas mãos de seus líderes”, reforçou.

De acordo com o secretário, a operação foi fruto de uma investigação de 10 meses, que reuniu dados de inteligência apontando onde traficantes moravam. Em um balanço final, a Polícia Civil registrou 40 pontos de trocas de tiros no Jacarezinho, com mortes em 10.

“A investigação (...) mostra quais as casas onde se escondem, onde estão drogas, onde estão armas. Durante esses 10 meses, buscamos essas informações. Montamos uma operação com mais de 200 homens. E os mandados de prisão de 21 traficantes que aliciavam crianças era recente, tinha dois dias”, descreveu Turnowski.

“Foi uma operação planejada, programada. Durante a operação, logo no início, a gente teve imagens de uma emissora de TV dando conta daqueles traficantes invadido a casa de um morador e escondendo armas na caixa d’água. Naquele momento, a Polícia Civil tinha dois baleados e o policial, um terceiro baleado, que chegou morto no hospital. Naquele momento, a gente tinha uma facção determinando que seus soldados do tráfico resistissem à polícia.”

Turnowski ainda afirmou que a perícia dos corpos está tendo acompanhamento, de maneira a tornar toda a operação mais transparente.

“A perícia dos corpos desses criminosos que foram neutralizados em combate está sendo acompanhada por um perito do Ministério Público”, disse o secretário da Polícia Civil.

“A gente não tem nada a esconder. A gente quer transparência. Se quiserem ir lá periciar as armas que foram apreendidas, podem ficar à vontade. A polícia está muito tranquila do que aconteceu ontem lá”, completou.

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