Durante um tumulto na estação Francisco Morato da CPTM, na última quinta-feira, 15, uma mulher de 58 anos foi atingida e acabou perdendo a visão do olho esquerdo. Um vídeo gravado durante a confusão na estação, mostra um agente de segurança da CPTM armado com um lançador.
A vítima, Nair Rosa, descreveu que viu um homem de roupas escuras atirando em outra direção, logo depois de ser atingida pelo projétil.
“Com certeza eu vi esse rapaz atirando com uma arma longa, uma arma grande, atirando na direção”, relata o filho da vítima em entrevista para o Brasil Urgente. No vídeo, o agente usa touca e máscaras pretas, além de um casaco verde escuro, armado com um lançador, características que concordam com o relato da vítima.
A autônoma precisou passar por uma cirurgia, pois fraturou o osso ao redor do olho. Durante o procedimento, os médicos encontraram fragmentos de metais na região. Mesmo com a retirada dos estilhaços, Nair perdeu a visão do olho esquerdo.
Até então, não se sabia de onde poderia ter vindo os fragmentos de metal, já que especulava-se que a vítima poderia ter sido atingida por uma bala de borracha disparada pela Polícia Militar. Porém, esse tipo de munição não possui metal em sua composição.
A CPTM admite que os agentes de segurança usaram o lançador durante a confusão para tentar dispersar a multidão. A arma de uso militar é usada por agentes de segurança em cidades de toda a região Metropolitana.
O lançador FN303 é de origem belga e dispara uma cápsula com tinta através do ar comprimido. Apesar de não ser uma arma letal, o equipamento pode causar ferimentos graves.
Em nota, a CPTM informou que lamenta o ocorrido e que investiga se o ferimento da passageira foi provocado pelo agente de segurança da estação. A companhia também diz que solicitou ao hospital onde a passageira foi atendida um boletim médico com informações sobre o procedimento realizado e o tipo de fragmento retirado do olho da vítima para auxiliar o esclarecimento do caso.