Voluntários nas buscas de corpos e sobreviventes das chuvas no litoral norte de São Paulo enfrentam o luto e a lama para encontrar as pessoas embaixo dos escombros do deslizamento de terra que atingiu casas na região de São Sebastião no Carnaval.
É o caro de Cícero, que perdeu amigos e vizinhos nas chuvas e já resgatou corpos. “Pelas minhas contas oito corpos, o que mais me chocou foi resgatar uma moça de uns 13, 14 anos, com a cabeça decepada”, relembra.
Ele ajuda como voluntário na área em que há mais 20 pessoas soterradas. “O barranco veio e trouxe ela aqui, essa parte da laje desceu lá de cima. A dona saiu com vida e reconheceu tudo, chão, porta, tudo”, lamenta.
O trabalho do Exército, Guarda Civil e voluntários seguem localizando corpos em estado de decomposição, dificultando a identificação por familiares e amigos. O trabalho é de muito cuidado, com a lama molhada, as equipes tentam retirar os corpos sem maiores dificuldades.
Mais acima, há a casa do Seu Lício, que apesar de não ser afetada nas estruturas, a família ainda não pode retornar para a casa. "A gente tirou a lama, né? Mas aí dentro foi uns 70 centímetros só de lama, foi muito forte”, afirma.