Mulheres brasileiras que faziam parte de um esquema de delivery de drogas na cidade de Londres foram condenadas nesta semana. No total, as penas somam mais de 40 anos de prisão.
Segundo o jornal britânico Daily Mail, o esquema funcionava à semelhança dos aplicativos de entrega de comida. Conhecidas como “Charlie’s Angels” ("As Panteras”), as mulheres vestiam uniformes de entregadoras para não chamar a atenção e usavam mochilas cor de rosa com um número da equipe.
As vendas eram feitas através de um “cardápio de doces” apresentado aos clientes. Entre as mais de 90 opções, havia drogas como cocaína, MDMA, metanfetamina. Algumas das drogas eram vendidas em pílulas com formato de coração.
De acordo com o The Sun, a gangue era formada por Larissy Nascimento Dos Reis, de 24 anos, que era responsável pela contabilidade do grupo, dirigido por Vanessa Ananias, de 29 anos. Nayara Robeiro, de 33 anos, Andressa Santos, de 24 anos, e Nayene Fernandez Silva, também de 24 anos, eram responsáveis pelas entregas.
Ao falar sobre o caso no tribunal, o juiz Gregory Perrins afirmou que o grupo era “profissional e altamente organizado” e que fornecia “uma vasta gama de drogas controladas em grande escala”.
As autoridades detiveram também um homem. Segundo o The Sun, Tiago de Lima, de 30 anos, foi identificado como a pessoa que contratou as mulheres para ajudá-lo a distribuir as drogas por Londres, vendendo inclusive a outros traficantes.
Em uma operação policial realizada para deter o grupo, oficiais encontraram em diversos endereços quase 4 kg de cocaína, 2 kg de comprimidos de MDMA e mais de 5 kg de maconha.
Segundo a polícia, as drogas encontradas valiam pelo menos 1 milhão de libras esterlinas (cerca de R$ 7,5 milhões).
Os oficiais também apreenderam dinheiro em efetivo e roupas pertencentes às mulheres, além de armas e munição. De acordo com o The Sun, arquivos encontrados em um computador apreendido como evidência mostraram que o negócio tinha lucros de cerca de 90 mil libras por mês (cerca de R$ 670 mil).
Mensagens encriptadas do WhatsApp revelaram também que a maioria das vendas era de cocaína, em quantidades de 10 kg a 15 kg. O grupo, no entanto, chegou a fazer uma venda única de 50 kg da droga.
Foram encontradas evidências de que a gangue se envolvia em outros crimes, como a venda de identidades falsas, a retirada de pessoas do país através de um helicóptero e o suborno de um agente penitenciário.