O processo contra o único brasileiro julgado na Itália por supostos crimes relacionados à Operação Condor será extinto. Nesta terça-feira (26), dia do julgamento, a Justiça foi informada que Átila Rohrsetzer morreu.
O dia era considerado fundamental para a família das vítimas e para a história da Operação Condor, já que chegaria ao final, depois de 10 anos de investigação, o caso do único réu brasileiro julgado na Itália por crimes relacionados à operação.
Átila Rohrsetzer era um militar brasileiro acusado pela Justiça italiana de participação no sequestro, tortura, assassinato e ocultação de cadáver do ítalo-argentino Lorenzo Ismael Viñas Gigli em 1980, na fronteira entre Paso de los Libres (Argentina) e Uruguaiana (Brasil), durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). Outros brasileiros, também acusados em diversas cortes, já morreram – assim, os casos em questão não poderiam ter sequência.
Acusados de países como Argentina, Uruguai e Peru foram condenados nos últimos anos. Rohrsetzer, o único brasileiro então vivo envolvido neste caso, conheceria sua sentença nesta terça-feira.
No entanto, quando a audiência começou, a Procuradoria informou que havia sido contatada e recebeu a informação de que o militar brasileiro faleceu em setembro, aos 91 anos. Portanto, o tribunal não teria como manter qualquer sentença e precisaria decretar a extinção do processo de mais de 10 anos.
Ao longo de vários anos, o processo foi adiado repetidas vezes. Assim, frente à Justiça italiana, o caso será encerrado.