O país tem 15 brasileiros que moram lá, sendo que 4 são jogadores de futebol e 5 são profissionais da comissão técnica do Al-Merrikh.
A reportagem da Band conversou com os brasileiros, que relatam apreensão sobre o futuro do conflito no país africano e pedem ajuda para retornar ao Brasil.
Eles moram no mesmo prédio as margens do Rio Nilo na cidade de Khartoum, capital do Sudão. O Al-Merrikh disputava campeonatos no Egito e Arábia Saudita e retornou há poucos dias para o início do estadual.
Itamar Rodrigues, preparador de goleiro, conta que as ruas estão desertas, sem luz e que a reserva de comida está acabando. Os mercados grandes fecharam e eles só conseguem mantimentos em vendas pequenas chamando os donos para abrirem o local. A internet do prédio foi cortada. Estão usando apenas os dados móveis do celular, que devem acabar em breve.
Matheus Bossa, atacante, relata:
“dormimos em um país e acordamos em outro. Acordamos com guerra, bomba, tiro para todo lado, caça passando, enfim...”.
A situação tem piorado desde sábado. As pessoas não saem de casa, o silêncio só é interrompido por tiros.
O atacante Paulo Sérgio viveu dias tensos em um hotel, onde estava concentrado para uma partida com alguns colegas do clube.
“O jogo estava marcado para dez da noite, mas pela manhã fomos acordados com o barulho de bombas e muitos tiros. Começou um princípio de pânico no hotel".
”Depois que a situação se acalmou, os sudaneses explicaram que o país está em guerra há anos e os conflitos são frequentes. O hotel estava num ponto disputado pelos rebeldes e eles ficaram por três noites no local. Até que eles se arriscaram e foram de tuk tuk até a residência", completou.
A maioria dos brasileiros relata o desejo de voltar para o Brasil e reclamam da falta de contato das autoridades brasileiras sobre providências concretas. A embaixada brasileira no Sudão pede que eles fiquem em casa, mas não responde sobre uma possível ajuda no retorno ao Brasil. O Itamaraty não respondeu os questionamentos da reportagem.