Durante sua live semanal, na noite desta quinta-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não vai responder à carta protocolada pela CPI da Pandemia em que os senadores cobram uma resposta sobre supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin, denunciadas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF).
"Hoje foi, acho que não sei se foi o Renan [Calheiros], ou o Omar [Aziz], e o 'saltitante', fizeram uma festa lá embaixo, na Presidência entregando um documento para eu responder perguntas à CPI. Vocês sabem qual a minha resposta, pessoal? Caguei. Caguei para a CPI. Não vou responder nada", rebateu o presidente.
"Saltitante” é o termo pejorativo pelo qual Bolsonaro se refere ao senador Ranldofe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão.
Assinaram a carta o presidente da CPI Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe e o relator Renan Calheiros (MDB-AL).
Segundo Miranda relatou no encontro que teve com o presidente sobre a denúncia na compra da vacina indiana Covaxin, Bolsonaro teria dito que as supostas irregularidades seriam de autoria de Ricardo Barros (PP-PR). Os parlamentares querem saber qual seria a participação do líder do governo na Câmara no acordo.
A oposição sustenta que Bolsonaro prevaricou ao não agir para impedir o suposto esquema de corrupção. O contrato R$ 1,6 bilhão de reais para a compra das doses foi suspenso antes de ser pago.
"Solicitamos, em caráter de urgência, diante da gravidade das imputações feitas a uma figura central desta administração, que Vossa Excelência desminta ou confirme o teor das declarações do Deputado Luis Miranda", pediram os senadores na carta.
Os parlamentares encerram a correspondência citando um trecho da bíblia frequentemente usado por Bolsonaro: "Diante do exposto, rogamos a Vossa Excelência que se posicione, de maneira clara, cristalina, republicana e institucional, inspirando-se no Salmo tantas vezes citado em suas declarações em jornadas pelo País: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
Na live desta quinta, Bolsonaro voltou a atacar os senadores.
“Não vou entrar em detalhes sobre essa CPI aí do Renan Calheiros e do Omar Aziz, que dispensa comentários não é? E não vou responder nada para esses caras. Eu não vou responder nada para esse tipo de gente, em hipótese alguma. Que não estão preocupados com a verdade e sim em desgastar o governo. Por quê? O Renan, por exemplo, é aliadíssimo do Lula. O cara quer a volta do Lula a qualquer preço. Então, não vou responder questão de CPI para esses caras, não é?”, justificou.
Pouco depois, Randolfe criticou a fala, dizendo que a atitude de desprezo é a resposta de Bolsonaro para as mortes por covid-19 no Brasil.