
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a Câmara dos Deputados e o Senado "não terão problema na relação política com o Poder Executivo". A declaração foi dada ao lado de Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), novos presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, em um aceno do chefe do Poder Executivo aos parlamentares eleitos no último sábado, dia 1º.
"Jamais mandarei ao Senado ou Câmara um projeto que seja de interesse pessoal do Lula ou de um partido. Todos os projetos que enviaremos serão de interesse vital para o povo brasileiro. Estou convencido que daqui a dois anos quando estivermos fazendo o julgamento do meu mandato e dos dois, vamos poder com muito orgulho notar que a democracia foi restabelecida na sua plenitude no nosso País. Tenho certeza de que nossa convivência será exemplo para o futuro e para aqueles que hoje fazem parte do presente e não querem entender a necessidade da convivência democrática", declarou Lula.
Lula disse, ainda, que a fotografia ao lado dos dois é um "compromisso com a democracia". Implicitamente, criticou pessoas que "não querem entender a necessidade da convivência democrática".
"Comunicar que essa fotografia de hoje é um compromisso com a democracia que firmamos há muito tempo. Quando fui candidato, disse que um dos motivos é que queria trazer o País à normalidade, que é a convivência pacífica e tranquila dos Poderes, o Executivo, Legislativo e Judiciário. Cada um sabendo a tarefa que tem", afirmou.
Pauta positiva e aceno a Lula
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a Casa estará "à disposição" para a construção de uma "pauta positiva" entre os Poderes Legislativo e Executivo.
"Esse é um momento que marca o início desta caminhada", declarou "Estamos aqui, tanto eu como o senador Davi, fazendo essa visita institucional, para dizer que a Câmara dos Deputados, penso eu que também o Senado Federal, o Congresso Nacional, estará à disposição para construirmos uma pauta positiva para o País", disse.
Motta prosseguiu: "A nossa democracia rege a nossa Constituição, e os Poderes devem ser independentes e harmônicos. E essa harmonia, penso eu, é o que o Brasil precisa. Que nós tenhamos a capacidade de, lá, tratarmos as pautas que serão enviadas pelo Executivo, tratarmos as pautas que serão propostas pelos deputados e senadores, sempre buscando termos uma agenda que seja produtiva".
O presidente da Câmara afirmou ainda que "quem ganha com o diálogo entre os Poderes são mais de 200 milhões de brasileiros que dependem do nosso relacionamento".
Alcolumbre fez um aceno a Lula destacando "sua capacidade de liderar o Brasil". Ele afirmou que o presidente tem "compromisso com os brasileiros". O discurso foi feito ao lado de Lula e do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que Alcolumbre chamou de "amigo pessoal", depois de reunião no Palácio do Planalto.
"Sei da sua capacidade de liderar o Brasil (Lula). Vossa Excelência é o presidente do nosso país, tem compromisso com os brasileiros e o Poder Legislativo não pode se furtar em ajudar o governo do Brasil a melhorar a vida dos brasileiros. Tenho certeza de que esse é o espírito colaborativo", declarou.
Estavam presentes à reunião também o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação da Presidência).