O que pode ser feito para que as cenas de destruição e morte como as de São Sebastião não voltem a acontecer no Brasil? É possível prever eventos climáticos tão extremos? Como comunicar de forma efetiva a população que vive em áreas de risco?
Temas como esse nortearam o debate promovido pelo Canal Livre com Fabrício Mirandola, diretor-técnico do IPT, e Pedro Camarinha, pesquisador em Geodinâmica de Desastres no Sistema Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e especialista em Mudanças Climáticas e Desastres.
O programa irá ao ar na noite deste domingo (26) na Band e na BandNews (veja trechos no vídeo acima).
Mirandola explicou que para evitar tragédias como as do litoral norte de São Paulo, é preciso “um projeto de país".
“É um projeto de país. O risco está na habitação, no planejamento urbano, na secretaria de Obras. A Defesa Civil vem na base de emergência. O mapa deveria vir no planejamento urbano”, disse o diretor-técnico do IPT. “ O Brasil não tem a cultura do risco. No Japão, as crianças aprendem isso na escola.”
Entre os temas discutidos foi a questão das sirenes que deveriam alertar os moradores sobre a chegada de uma catástrofe. O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), disse esta semana que “não é sirene que salva vida”. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que o governo de São Paulo vai instalar sirenes de alerta em áreas de risco.
Mirandola ponderou: “Não adianta sirene disparar se a população não sabe a rota de fuga. Dependendo da área as pessoas fogem do deslizamento e vão parar na inundação. Mas, evidentemente, tudo o que é útil para salvar vida é essencial”.
Pedro Camarinha, pesquisador do Cemaden, destacou que a chuva por si só não causa problemas. “O que causa são os processos que ocorrem depois, como enchurradas, inundações, deslizamentos, corridas de massa e detritos. É muito difícil prever eventos de magnitudes tão extremas mas não é impossível de prever aquele cenário de catástrofe que nos observamos ali”.
Participam como entrevistadores os jornalistas Fernando Mitre e Adriana Araújo. A apresentação é de Rodolfo Schneider. O Canal Livre vai ao ar neste domingo, às 20h na BandNews, com transmissão também pelo YouTube do Band Jornalismo, e às 0h (de segunda) na Band TV.