Notícias

Caso João Beto: testemunhas poderão ser indiciadas por omissão de socorro

Da Redação com Brasil Urgente

Roberta Bertoldo, delegada responsável pelo caso João Beto Brasil Urgente
Roberta Bertoldo, delegada responsável pelo caso João Beto
Brasil Urgente

A delegada do caso João Beto – assassinado por seguranças em um supermercado Carrefour em Porto Alegre na noite da última quinta-feira, 19 - Roberta Bertoldo, deu detalhes da investigação do crime pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul em entrevista a José Luiz Datena no Brasil Urgente desta segunda-feira, 23. 

Segundo Bertoldo, as testemunhas que presenciaram e gravaram a cena também podem responder judicialmente. "A polícia trabalha para identificar condutas criminosas das pessoas que aparecem nos vídeos. Temos dois indivíduos presos em flagrante por homicídio triplamente qualificado [os seguranças envolvidos no crime], e estamos verificando com cautela, a partir de depoimento e imagens, no que essas pessoas contribuíram para o desfecho final desse caso tão brutal". 

Segundo a delegada, não é só o crime de homicídio doloso que é investigado, mas também de omissão de socorro por parte das testemunhas, injúria racial, racismo e falso testemunho.

"Na autuação em flagrante, ouvimos de algumas pessoas ligadas ao supermercado que João estaria sendo contido porque agrediu fisicamente uma mulher dentro do supermercado, fato que até o presente momento não se confirmou por testemunhas ou imagens", explica Roberta sobre o crime de falso testemunho. 

Racismo 

Roberta Bertoldo explicou também que o caso é de racismo estrutural, ou seja, está arraigado na sociedade e nem sempre é algo visível. Porém, a legislação não tem uma punição específica nesse sentido.

Leia também:
Antecedentes criminais foram vazados para “desqualificar” João Beto, diz advogado

"Temos dois tipos penais nos quais precisamos amoldar as condutas. Temos a injúria racial quando a vítima é ofendida por ser negra e o crime de racismo, bem mais grave, que diria respeito de João não ter conseguido ingressar no supermercado por ser negro. Precisamos destacar que para essas punições temos que amoldar a conduta de alguém a esses dois tipos". 

"Sem cena"

A delegada do caso também citou novas imagens que a polícia obteve em que um dos seguranças pede para que João Beto "não faça cena" enquanto é asfixiado até a morte. “Estamos analisando esse vídeo com cautela. A Polícia Civil não teme absolutamente nada. Inúmeras pessoas serão responsabilizados por esse crime brutal”, completa.

Mais notícias

Carregar mais