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Caso MEC: AGU pede suspensão de decisão sobre suposta interferência de Bolsonaro

Em defesa de Bolsonaro, AGU argumenta que ordem do ministro Alexandre de Moraes atenta contra os princípios do juiz natural

Por Édrian Santos

AGU diz que Bolsonaro não interferiu na PF sobre caso Milton Ribeiro Anderson Riedel/Presidência
AGU diz que Bolsonaro não interferiu na PF sobre caso Milton Ribeiro
Anderson Riedel/Presidência

O presidente Jair Bolsonaro (PL), representado pela Advocacia-Geral da União, solicitou que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspenda a ordem do ministro Alexandre de Moraes para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre suposta interferência do chefe do Executivo em investigações contra o Ministério da Educação (MEC).

O documento ressalta que a investigação sobre supostas irregularidades no MEC estão sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia. Devido a isso, não cabe a participação de Moraes no processo, o que causaria duplicidade no STF. A AGU também enfatiza que Bolsonaro não interferiu nas investigações.

“Com efeito, admitir-se a apuração simultânea desses fatos em inquéritos paralelos sob diferentes relatorias não somente atenta contra os princípios elementares do juiz natural [...], como também denota a intenção do peticionante de criar uma espécie de juízo universal no INQ 4.831/DF [investiga denúncias feitas pelo ex-ministro Sergio Moro sobre reunião ministerial]”, argumentou a AGU.

Inquérito sobre interferência na PF

Moraes acolheu solicitação do senador Randolfe Rodrigues (Rede) no âmbito do inquérito de 2020 sobre suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. Na época, o então ministro Sergio Moro se demitiu do Ministério da Justiça por não concordar com trocas na diretoria da Polícia Federal.

Cármen Lúcia, ao contrário, é relatora do processo que investiga possíveis crimes no MEC que envolvem o ex-ministro Milton Ribeiro e pastores evangélicos. O caso foi para o STF após a Justiça Federal após áudios grampeados pela PF mostrarem possível interferência de Bolsonaro.

Na ocasião, o ex-ministro, em ligação telefônica, disse que Bolsonaro teve um “pressentimento” de que haveria busca e apreensão contra Ribeiro. Com isso, o desembargador que decretou a prisão preventiva dos envolvidos decidiu mandar o processo para o STF.

Supostos repasses irregulares

As discussões sobre a CPI do MEC acontecem em meio a investigações envolvendo Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação do presidente Jair Bolsonaro. Ele e mais quatro suspeitos chegaram a ser presos, de forma preventiva, pela Polícia Federal.

Os supostos crimes cometidos no ministério são: corrupção passiva, tráfico de influência, advocacia administrativa e prevaricação. A PF investiga supostos repasses irregulares no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)

Em áudio vazado em março deste ano, o então ministro deu entender que prefeituras próximas a pastores evangélicos seriam priorizadas com verbas públicas. Dias depois do escândalo vir à tona, Ribeiro pediu demissão e negou envolvimento de Bolsonaro.

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