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Colunista da Band detalha agressão de seguranças de Bolsonaro em Roma: “Torceu meu braço, levou meu telefone”

Jamil Chade realizou a cobertura do G20, em Roma, e foi um dos jornalistas brasileiros agredidos pela segurança presidencial neste domingo, 31, durante passeio de Bolsonaro

Da redação, com Rádio Bandeirantes

Colunista da Band detalha agressão de seguranças de Bolsonaro em Roma: “Torceu meu braço, levou meu telefone” Reprodução/Rádio Bandeirantes
Colunista da Band detalha agressão de seguranças de Bolsonaro em Roma: “Torceu meu braço, levou meu telefone”
Reprodução/Rádio Bandeirantes

Na manhã desta segunda, 01, em entrevista ao vivo com José Luiz Datena, para a Rádio Bandeirantes, o colunista da Band, Jamil Chade, deu detalhes sobre as agressões que jornalistas brasileiros sofreram por parte da segurança de Bolsonaro neste domingo, 31, em Roma, enquanto acompanhavam um passeio do presidente pelo centro da cidade, após término da cúpula do G20. Segundo Jamil, que conseguiu gravar trechos das agressões pelo celular, um segurança torceu seu braço e tomou seu telefone.

“O que aconteceu é que a segurança do presidente começou a atuar de forma bastante violenta. Primeiro, com nossos colegas da GloboNews. Eu presenciei um soco dado por um dos agentes contra o repórter da GloboNews”, contou Jamil. “Aí, eu comecei a filmar. Quando fui filmá-lo, ele partiu para cima de mim, torceu meu braço, levou meu telefone e jogou-o numa calçada. Essa é a segurança do presidente Bolsonaro.”


Para Jamil, existia um “plano” para não deixar nenhum jornalista brasileiro fazer perguntas ao Bolsonaro. “Nem eu, nem meus colegas estávamos perguntando sobre questões pessoais, de família, queríamos saber pontos de política pública”, relatou. “Minha pergunta era porque o presidente do lugar onde fica a Amazônia não está na COP26, sendo que 130 líderes do mundo estão em Glasglow. A resposta que ele me deu foi: ‘não te devo satisfações, rapaz’”.

Jamil também explicou que acompanhar caminhadas de presidentes após términos de grandes eventos é de praxe em coberturas. “Nós fomos caminhar com ele, como fizemos com Dilma, com Lula, com Temer, com Fernando Henrique, sem nenhum problema. O que aconteceu é que a segurança do presidente Bolsonaro começou a atuar de forma bastante violenta.”

Até hoje, segundo Jamil, nem a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), nem o Itamaraty e nem a Embaixada Brasileira em Roma se manifestou sobre as agressões. “Nós perguntamos para a presidência quem são essas pessoas que fazem a segurança do presidente, e zero respostas. Por enquanto, não sabemos quem são as pessoas que atacaram os jornalistas. Os apoiadores puderam estar ao lado do presidente fazendo foto, então não era uma questão de segurança, era contra a imprensa.”

ANJ (Associação Nacional de Jornais), Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e a OAB já emitiram notas de repudio contra as agressões. 

Assista à entrevista na íntegra:

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