Mitre: a missão de tirar a política dos quartéis

'Despolitizar as Forças Armadas e garantir a confiança perdida', disse Fernando Mitre

Fernando Mitre

A primeira reunião do Alto Comando do Exército, sob o general Tomás Paiva, escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para substituir o general Arruda, se limitou a diretrizes internas, sem qualquer mudança ou punição, por enquanto. Mas as mudanças estão chegando. 

Sobre o comando do Primeiro Batalhão de Goiânia já teve novidade. O tenente-coronel Cid, ligado a Bolsonaro e sem nenhuma condição de assumir a função,  já tomou a iniciativa de pedir o adiamento de sua posse neste comando. Situação definitiva. O mesmo acontecerá no comando da Guarda Presidencial. O vandalismo do dia 8 explica. Além de outras mudanças. 

A ideia é óbvia: despolitizar as Forças Armadas e garantir a confiança perdida, superar a fratura nessa confiança, como disse o ministro da Defesa, o que é fundamental para o presidente, para o governo e para o funcionamento do sistema democrático. Isso não existirá, não existiria plenamente sem desfazer qualquer crise nas relações com os militares. 

O que não exclui a investigação e a eventual punição dos poucos militares que participaram dos atos criminosos do domingo de terror em Brasília. Isso não afeta as Forças Armadas. Ao contrário, é interesse delas, como mostra o novo comandante do Exército, que tudo fique claro, limpo, esclarecido.

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