A desconfiança, desde que voltou ao governo, que o presidente Lula nunca escondeu - e que só tem aumentado - dos órgãos de inteligência que encontrou depois da posse vai se manifestando nessa limpa de cúpula.
Como a exoneração agora de mais quatro chefes da Abin, além do número 2 no dia anterior. Já trocou 12 chefes. Uma devassa no GSI, depois da queda do general Gonçalves Dias, já havia exonerado 87 servidores.
O clima começou a ferver por lá, no 8 de janeiro, quando explodiu o vandalismo golpista nos palácios de Brasília. O general, nomeado por Lula, apareceu nas imagens mostradas pelas câmeras internas, andando entre os vândalos, sem demonstrar reação. As mudanças agora estão avançando.
A melhor expectativa é que, a partir das investigações e do ambiente criado em torno dos órgãos de inteligência, surja uma nova fase em que - como disseram os servidores da Abin, na sua carta aberta - a inteligência de Estado esteja sempre preservada dos interesses e do debate político-partidário.