O ministro Benedito Gonçalves não teve dúvida, no seu relatório, em afirmar que o encontro do então presidente Bolsonaro com embaixadores estrangeiros configura crime de abuso de poder.

E abre caminho para sua condenação. Recusa os argumentos da Defesa e conclui que o encontro - em que Bolsonaro atacou o sistema eleitoral brasileiro - foi uma atitude de agressão à legitimidade das eleições, entre outras coisas. A expectativa é de que, no dia 29, o ex-presidente poderá estar inelegível, restando dúvida, por enquanto, sobre o voto de Nunes Marques, indicado por Bolsonaro e sob intensa pressão de bolsonaristas nas redes sociais. Havendo alguma dúvida também sobre o ministro Raul Araújo.Vamos ver. 

Bolsonaro e sua defesa lutam no TSE, inclusive contestando a inclusão tardia da minuta golpista encontrada com o ex-ministro Anderson Torres. No rastro de uma decisão não unânime vem a possibilidade de recurso. Mas o ex-presidente, que já vem adotando o discurso político de vítima, falando em perseguição da Justiça, deve surgir como forte e disputado apoiador nas próximas campanhas eleitorais. Bolsonaro estará atuante na política.