Mitre: os motivos para Israel não retaliar o ataque do Irã

Fernando Mitre

Começou a carreira em Minas Gerais, onde passou por vários jornais, como “Correio de Minas” e “Diário de Minas”. Em São Paulo, integrou a equipe que criou o Jornal da Tarde, de o “Estado de S Paulo”. Dez anos depois, virou diretor de redação, posto que ocupou mais tarde, em duas outras oportunidades. Depois, assumiu a direção nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, cargo que ocupa até hoje. Nesse período, produziu mais de 30 debates eleitorais, entre eles o primeiro presidencial da história do país na TV, em 89. É comentarista político no Jornal da Noite e entrevistador do programa político Canal Livre. Entre os diversos prêmios que recebeu, estão o Grande Prêmio da APCA, o Grande Prêmio do Clube de Criação de SP e três prêmios Comunique-se de “melhor diretor do ano”, valendo o título de “Mestre em Jornalismo”.

O Irã errou e Israel tem que tomar cuidado para não errar também. A avaliação é de Thomas Friedman, o respeitado analista do New York Times, conhecedor da região e suas políticas. Mas  lembrando aqui que o Irã respondeu a um ataque anterior de Israel ao consulado iraniano na Síria com várias mortes. 

A grande preocupação agora é o perigo de um novo erro de Israel. Rubens Ricupero, brilhante diplomata e escritor, diz que o ataque do Irã foi um ato de propaganda, como retaliação, mas uma ação de Israel, dependendo de sua dimensão, poderia ser um desastre para a região e para o mundo. 

E esse é o temor - que predomina entre os líderes mundiais - olhando para a situação do primeiro-ministro Netanyahu e seu grupo, sempre dispostos a partir para o caminho mais duro, preferência pela ação de força. Como se ele - e essa é uma visão que vai crescendo - como se ele usasse a guerra para se manter no poder. Até o aliado Joe Biden demonstra preocupação com isso. 

E o Brasil, cobrado, no início, por Israel por não condenar objetivamente o ataque iraniano, deixou mais clara sua posição - histórica, aliás - contra qualquer ato de violência. O quadro diplomático mundial se movimenta, no momento, para que essa situação não piore. Não dá para piorar mais.