Clínicas particulares de São Paulo já têm lista de espera pela vacina do coronavírus.
A Associação Brasileira de Clínicas de Vacina não apoia que clínicas tenham lista de espera. A recomendação da ABCVAC às suas associadas é de que não façam reserva de vacinas com venda e precificação, antes da aprovação da Anvisa.
Porém, a BandNews FM localizou uma clínica na região nobre de São Paulo que promete doses da Covaxin, vacina indiana produzida pelo laboratório Bharat Biotech.
O imunizante não está disponível no Brasil e ainda não tem aprovação da Anvisa, mas a clínica trabalha com uma previsão de que ele comece a ser aplicado em meados de abril.
A clínica paulistana encontrada pela BandNews FM diz já ter efetuado a compra das doses. Cada uma será vendida por R$ 1.000 - a Covaxin demanda aplicação de duas doses.
A associação reitera que não há, até agora, nenhuma marca de vacina sendo comercializada no Brasil pelas clínicas privadas.
No início de janeiro, uma comitiva da entidade foi à Índia para negociar a venda da Covaxin e visitar as instalações do fabricante indiano.
A associação diz ter atuado apenas como ponte entre os fornecedores e os associados, mas afirma que as negociações de contratos são individuais, com cada clínica.
Em entrevista no dia 5 de janeiro para a Rádio Bandeirantes, o presidente da ABCVAC, Geraldo Barbosa, afirmou que o valor das doses estava em aberto, mas adiantou que na Índia cada dose custou US$ 19 (R$ 102, na conversão desta sexta-feira).
A ABCVAC e as clínicas não confirmam os valores de negociações, protegidos por acordos firmados com o fabricante.
Em nota, a Anvisa diz que vem acompanhando o laboratório interessado que manifestou interesse em realizar os testes no Brasil, mas ainda não há pedido formal.
No dia 8 de fevereiro, a Anvisa se reuniu com representantes das empresas Bharat Biotech e Precisa Farmacêutica (parceiro do laboratório indiano no Brasil), além do Hospital Albert Einstein, para discutir a melhor estratégia para a submissão formal do pedido de anuência de estudo clínico fase 3 da vacina Covaxin no Brasil.
Já o Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que a aquisição de vacinas deve respeitar o preconizado na legislação brasileira.