Le Monde – Decisão da Carrefour de não mais comercializar carne do Mercosul na França resulta perigosa para seus interesses no Brasil
Alexandre Bompard, diretor executivo da Carrefour, se engajou na quarta-feira, 20 novembro, para que "nenhuma carne proveniente do Mercosul" seja comercializada em suas filiais. Um anúncio pouco restritivo, uma vez que esses produtos – verdadeiros panos vermelhos para os criadores franceses, em guerra contra a assinatura de um tratado de livre-comércio entre a União Europeia e os países da América Latina – representam 4% das vendas de carne bovina e suína da empresa na França.
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Mas será que era realmente necessário para a Carrefour se expor desse modo, quando, além disso, o grupo é líder do mercado brasileiro, onde realiza um quarto de seu volume de negócios, fora impostos, na América Latina? O bumerangue voltou imediatamente na forma de um apelo ao boicote dos estabelecimentos da empresa francesa, lançados pelo governador do estado do Mato Grosso, uma grande região de criação de gado do Brasil.
La Tribune – Para desanuviar polémica no Brasil, Carrefour contemporiza
As mídias locais relataram que caminhões de fornecimento de carne se recusavam a abastecer cerca de 150 supermercados Carrefour no Brasil. De sua parte, a direção da Carrefour Brasil negou, em comunicado, que as prateleiras de carne de algumas de suas lojas estivessem vazias, devido ao boicote. "Essa alegação, divulgada sem identificar a fonte, contribui para a desinformação", declarou na última sexta-feira. "Nenhuma filial está em ruptura de estoque."
A Carrefour conta com pouco mais de 305 mil funcionários nos oito países onde mantém diretamente sucursais (França, Espanha, Itália, Bélgica, Romênia, Polônia, Brasil e Argentina). A grande distribuidora teve em 2023 um faturamento de quase 93 bilhões de euros. Desse total, 21,4 bilhões, ou seja 23%, foram realizados no Brasil. Uma parcela nada desprezível.
Les Echos Investir – Carrefour tenta distender polémica no Brasil após suas declarações sobre a carne
A gigante francesa da distribuição Carrefour apresentou na terça-feira suas desculpas, depois de as declarações de seu diretor executivo, Alexandre Bompard, sobre a carne sul-americana provocarem uma animada polêmica no Brasil, onde diversos industriais da carne suspenderam o fornecimento para as filiais locais do grupo.
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O lobby brasileiro de exportadores de carne Abiec disse na terça-feira que aceitava as desculpas do CEO da Carrefour, esperando que as entregas nas sucursais locais do grupo sejam retomadas.
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Na Bolsa de Valores de São Paulo, a ação Carrefour Brasil chegou ganhar 5,5% em seguida ao comunicado do grupo.
20 Minutes – Carrefour faz mea culpa para evitar boicote de suas lojas no Brasil
"Episódio superado" para o ministro da Agricultura brasileiro, Carlos Fávaro. Diante do clamor no país pelo anúncio da Carrefour de que não venderia na França carne proveniente do Mercosul, o diretor executivo do grupo, Alexandre Bompard, teve que apresentar suas "desculpas" ao governo brasileiro, evocando problemas de "comunicação".
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A questão é de peso para o grupo francês, que realiza quase um quarto de seu volume de negócios no Brasil e se viu alvo de apelos ao boicote.
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Para o ministro Fávaro, a "atitude intempestiva do CEO do Carrefour" foi "corrigida em tempo". Na segunda-feira, Carlos Fávaro havia saudado a decisão de empresas de não mais fornecer para as sucursais do grupo Carrefour, em protesto contra as observações feitas por Alexandre Bompard na quarta-feira anterior.
av (ots)