
As casas de campo de madeira russas, as dachas, perderam o encanto. Visitei uma delas, a de Boris Yeltsin, quando ele não apareceu para votar em Moscou. Fui com toda a imprensa que cobria as eleições. Ele estava lá, mas não apareceu. Tinha bebido muito. Vodca.
Não dá para reduzir a dacha a um sítio porque lhe faltam piscina, churrasqueira e, de outro lado, uma construção, às vezes, aristocrática. Na antiga URSS, o czar concedia dachas aos cortesãos ou a favorecidos como Pasternak e Prokofiev.
Com o fim da era soviética, as dachas viveram um boom, impulsionadas por moradores de cidades em busca de autossuficiência, sossego e descanso semanal. O fotógrafo Fyodor Savintsev nunca as abandonou. Lembra: “Meus pais contam que fui levado para nossa dacha ainda muito jovem. Nasci em novembro de 1982 e, na primavera do ano seguinte, já estava instalado nesse ambiente idílico”.
Nagorno-Karabakh
Para falar ontem na BandNews sobre Nagorno-Karabakh tive que pesquisar. Foi então que descobri que este país autoproclamado, não reconhecido por nenhum outro no mundo, e com nome de cidade dos filmes de Indiana Jones, tinha duas irmãs paulistas: Mairiporã e Pilar do Sul. O Itamaraty, na época da irmandade, foi contra, e alertou a ambos os prefeitos.
A prefeitura de Mairiporã vetou o irmão Stepanakerty, onde houve uma explosão esta semana num posto de gasolina. Mas no site da prefeitura de Pilar do Sul está escrito sobre a irmã Shushi: "Ativa (não consta revogação expressa)".
Uma curiosidade: ao sair de uma reunião de paz para a região, na Flórida, em 2001, o então presidente Bush declarou: "Não quero nunca mais ouvir falar em Nagorno-Karabakh".
Bolsonaro na lista de cristãos aliados de Israel
O ex-presidente Jair Bolsonaro é o segundo da lista dos 50 aliados cristãos de Israel, divulgada hoje pelo jornal Jerusalem Post.
O primeiro é o ex-secretário de Estado e diretor da CIA Mike Pompeo, e o terceiro, uma dupla: o casal de pastores do Texas Larry e Tiz Huch. A escolha dos nomes foi feita pela Israel Allies Foundation (IAF) para ser divulgada no feriado judaico do Sukot, que começou hoje e dura sete dias, celebrando a colheita e a proteção de D-us aos judeus que habitavam frágeis cabanas no deserto. Durante o Sukot, os judeus montam cabanas em que moram e comem dentro de suas casas ou apartamentos.
Assim a IAF justificou a escolha de Bolsonaro, lembrando as controvérsias que o cercam:
"Antes de Bolsonaro se tornar presidente do Brasil, o país não era amigo de Israel. Pelo contrário, o Brasil trabalhava em estreita colaboração com o Irã e, historicamente, estava do lado dos palestinos em detrimento de Israel.
No entanto, sob o comando do ex-presidente, Israel e o Brasil se tornaram bons amigos."
O presidente da IAF, Josh Reinstein, acrescenta:
"Não é uma coincidência que os cristãos, que acreditam na Bíblia, tenham apoiado a candidatura de Bolsonaro; e depois que ele foi eleito, ele fez demonstrações incríveis de amizade com Israel. Em 2019, por exemplo, o Brasil abriu uma nova missão comercial em Jerusalém. Os dois países também assinaram pactos para cooperar em defesa e segurança cibernética."
Reinstein explica que a escolha dos Top 50 não considera "política interna". O Post lembra que, como líder, Bolsonaro não estava isento de controvérsias. Ele era conhecido por fazer comentários depreciativos sobre mulheres, LGBTQ e pessoas negras. Bolsonaro também foi criticado por ter lidado mal com a pandemia. Na lista, há representantes da Câmara dos EUA, líderes católicos, televangelistas e pastores de vários países.