O Odysseus pousou na Lua, que ficará cheia neste sábado — e, então, vamos voltar à Terra para falar do iraniano-americano Kam Ghaffarian. Ele partiu do Irã em 1976, quando começava a revolução do aiatolá Khomeini, que depôs o xá Reza Pahlevi. Era um rapaz de 18 anos, com dois mil dólares dados por um tio para estudar engenharia e computação na Universidade Católica de Washington, Distrito de Colúmbia.
Hoje, aos 65 anos, Kam é o “pai” do módulo lunar Odysseus, que levou os EUA de volta à Lua depois de 50 anos. Hoje, aos 45 anos, a revolução iraniana dispara satélites, mísseis e drones e é aliada da Rússia contra a Ucrânia, do Hezbollah, do Hamas e dos Houthis.
Duas trajetórias praticamente opostas. Kam se tornou bilionário, como Elon Musk e Jeff Bezoz, com quem fez parcerias espaciais, e é o dono da Axiom Space, parceira da NASA e fabricante do Odysseus, que da Lua está transmitindo dados para a Terra desde a noite de quinta-feira.
A vocação de Kam, que desde criança olhava para as estrelas no céu, fascinado, foi confirmada em 20 de julho de 1969, quando viu pela TV os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin dando os primeiros passos na Lua.
“Foi realmente um momento transformador”, recorda. “Isso realmente acionou para mim que era isso que eu queria fazer.”