A Coreia do Sul realizou nesta terça-feira (26/09) sua primeira parada militar de grande escala em dez anos, dando uma demonstração de força em meio ao agravamento das tensões com a Coreia do Norte.
O Ministério da Defesa sul-coreano informou que cerca de 4 mil soldados participaram do desfile na capital, Seul, que contou com equipamentos e sistemas de armamentos modernos, incluindo mísseis de cruzeiro e drones militares.
O evento incluiu ainda veículos blindados, tanques e armamentos de artilharia, além de 300 dos 28.500 soldados americanos posicionados na Coreia do Sul. Devido ao mau tempo, um show aéreo que seria realizado por caças e outras aeronaves teve de ser cancelado.
Os desfiles militares sul-coreanos são normalmente bastante diminutos em comparação com os eventos de grande porte ocorridos na capital da Coreia do Norte, Pyongyang, onde são exibidos armamentos como mísseis intercontinentais balísticos (ICBMs).
Mesmo com as chuvas, um grande número de pessoas compareceu ao desfile militar no centro de Seul, realizado como parte das comemorações do 75º Dia das Forças Armadas, em 1º de outubro.
Antes do evento, o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, participou de uma cerimônia numa base aérea próxima a Seul, onde fez um alerta ao regime norte-coreano contra a utilização de armas nucleares em situações de conflito.
"Reação arrebatadora"
Yoon vem adotando posições mais duras que seus antecessores em relação à Coreia do Norte, fazendo da exposição de armamentos e exercícios militares um ponto essencial da sua estratégia para se contrapor ao desenvolvimento de armas nucleares e ao programa de mísseis de Pyongyang.
"Se a Coreia do Norte utilizar armas nucleares, o regime terá seu fim por meio de uma reação arrebatadora da aliança ROK-US", afirmou Yoon. ROK é o acrônimo em inglês para República da Coreia, nome oficial do país, e US são os Estados Unidos.
O alerta faz referência a uma estratégia militar apresentada pelo Pentágono, em Washington, há quase um ano. O plano inclui uma advertência à Coreia do Norte de que o governo do líder Kim Jong-unnão sobreviverá em caso de um ataque nuclear contra os EUA ou seus aliados.
O desfile militar ocorreu uma semana após a visita de Kim à Rússia, na qual o norte-coreano e o presidente russo, Vladimir Putin, concordaram em aprofundar a cooperação militar.
Yoon também advertiu que se Moscou ajudar Pyongyang a reforçar seu programa nuclear em troca de ajuda militar na guerra da Ucrânia, isso será visto como uma provocação direta.
A Coreia do Norte está sob pesadas sanções internacionais em razão de seu programa nuclear.
rc (Reuters, DPA)