Nesta semana, as atenções da CPI da Pandemia estarão voltadas para os estados e o repasse de verbas federais. Nesta terça-feira (15), a comissão ouve o ex-secretário de saúde do Amazonas, Marcellus Campelo.
Campello estava no cargo no caos da falta de oxigênio no estado e chegou a ser preso por suspeita de desvio de dinheiro público.
“É importante, porque foi lá que os recursos públicos foram desencaminhados, foram usados em boa parte em corrupção”, acusou o senador Marcos do Val, suplente da comissão
Na quarta (16), será a vez Wilson Witzel, ex-governador do Rio que sofreu impeachment por suspeitas de desvios de recursos da saúde.
Senadores de oposição pretendem aproveitar a presença de um adversário político de Jair Bolsonaro para colher mais um depoimento contra o governo. E devem contar com a ajuda dele. Mas Witzel quer evitar falar sobre desvios no estado e pediu ao Supremo para não responder perguntas nesse sentido. Os ministros do STF ainda não decidiram.
Na outra frente, a CPI investiga a existência do chamado “gabinete paralelo”, espécie de conselho que influenciaria o presidente fora do Ministério da Saúde. O empresário Carlos Wizard pediu aos senadores para depor via internet, na próxima quinta (17), porque está nos Estados Unidos.
Wizard é apontado como integrante do gabinete paralelo. Até receber o pedido, a CPI estava com dificuldade para encontrá-lo. Por isso, chegou a ser discutida a possibilidade de uma condução coercitiva. Os senadores vão analisar se aceitam o depoimento virtual.
Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão, já disse a colegas que o ex-secretário de comunicação do governo Fábio Wajngarten e os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) devem passar de testemunhas a investigados.
No fim de semana, o ministro do Supremo Ricardo Lewandowski manteve a quebra de sigilo dos ex-ministros. Nesta segunda (14), seu colega de corte Luís Roberto Barroso foi na direção contrária e suspendeu a quebra de dois servidores do Ministério da Saúde.
A semana marca também uma mudança nos trabalhos. O objetivo é priorizar os documentos, que não param de chegar. Já são mais de 3 mil páginas de informações encaminhadas pela Polícia Federal, Tribunal de Contas da União e Ministério da Saúde.