As atividades da CPI da Pandemia foram suspensas nesta quinta-feira (17) no Senado. A confirmação foi feita pelo presidente da Comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM).
O principal motivo foi a votação da Medida Provisória 1031/2021, cujo texto analisa a possibilidade de privatização da Eletrobras.
A programação do dia incluía depoimentos de Alexandre Marques, auditor do TCU (Tribunal de Contas da União), e Carlos Wizard, empresário. Os dois depoimentos devem ser remarcados.
Marques foi convocado na tentativa de esclarecer a inclusão de um documento no sistema do TCU que contestava o número de mortos por Covid-19 no Brasil. O documento foi divulgado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 7 de junho, mas contestado pelo próprio TCU no mesmo dia.
“O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que ‘em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid’, conforme afirmação do Presidente Jair Bolsonaro”, informou o TCU em nota na ocasião.
“O TCU reforça que não é o autor de documento que circula na imprensa e nas redes sociais intitulado ‘Da possível supernotificação de óbitos causados por Covid-19 no Brasil’”, completou.
De acordo com o comunicado, o documento era parte de uma análise pessoal de um servidor. O tribunal ainda anunciou a instauração de um procedimento interno.
Já o empresário Carlos Wizard conseguiu junto ao ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal) o direito de permanecer em silêncio durante o depoimento.
Wizard está nos Estados Unidos e queria ser ouvido de maneira remota – o que foi rejeitado pela CPI. Desta forma, deve comparecer quando o depoimento for remarcado.
“Hoje a CPI da Covid está suspensa devido a votação da MP 1031, que será apreciada daqui a pouco no plenário do Senado. A oitiva do senhor Alexandre Figueiredo (TCU) será remarcada. O senhor Carlos Wizard não compareceu, mas entrou com petição pedindo para marcar em outra data”, registrou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, no Twitter.
Na rede social, Randolfe admitiu que pode tomar medidas para garantir a presença do empresário na CPI. “Wizard, mesmo sob posse de habeas corpus, sequer compareceu. Uma falta de respeito. Iremos oficiar um juiz criminal para que requisite à autoridade policial a apresentação do mesmo, ou determinar que seja conduzido por oficial de justiça, além da retenção do passaporte do mesmo.”