O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, disse nesta quarta-feira (15) que a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para apurar os ataques golpistas ocorridos em Brasília em 8 de janeiro seria “redundante”. Segundo ele, a investigação já avançou na Polícia Federal o no Ministério Público.
Dino afirmou que a CPI poderia perder o propósito, ao dar palanque para senadores falarem sobre o assunto, além de atrapalhar o debate sobre a reforma tributária.
“A CPI é uma prerrogativa do parlamento. Pode ocorrer, claro, respeitamos a autonomia do parlamento. Apenas temos feito a ponderação no sentido de que as investigações hoje feitas pela Polícia Federal sob a supervisão do Ministério Público, atendendo a decisões do Poder Judiciário, atende plenamente o objetivo de investigação e esclarecimento das autorias dos crimes que foram perpetrados em janeiro. Então, seria uma CPI redundante que talvez resultasse na perda de foco em relação ao principal, sobretudo à Reforma Tributária que ao nosso ver é estratégica para o momento o Brasil vive”, disse em entrevista a jornalistas em São Paulo.
Em entrevistas, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco , tem demonstrado apoio à instalação da CPI. O Planalto, no entanto, é contrário à investigação pelo Legislativo, temendo que a CPI vire "palco político" e fonte de desinformação.
O governo quer que as responsabilizações continuem sendo feitas pela Polícia Federal. A base do governo no Congresso, porém, diverge sobre a pertinência e a necessidade da comissão.
A proposta de CPI foi protocolada pela senadora Soraya Thronicke (União) e já conta com mais de 31 assinaturas, acima do piso de 27, mínimo para pedir a instalação.