Em nova estratégia de combate à Cracolândia instalada no Centro de São Paulo, a prefeitura e governo do estado iniciaram prisões de dependentes químicos que usam entorpecentes em vias públicas. A medida, segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em entrevista à BandNews FM, nesta sexta-feira (7), é amparada por lei.
“Dentro desse contexto, existe um planejamento. Uma das ações, dentro da Operação Caronte, é a fase 6. Conforme está na legislação brasileira, o uso de drogas em via pública não é permitido. Portanto, se as pessoas estiverem fazendo uso daqueles cachimbos de craque em via pública, a polícia está abordando, fazendo a condução dessas pessoas para tratamento”, explicou Nunes.
Segundo o prefeito, a detenção dos usuários é uma forma de encaminhá-los a algum tratamento. Na última quinta-feira (6), por exemplo, de 42 presos pelo uso de crack em via pública, quatro aceitaram a internação voluntária. Os demais foram encaminhados para os centros psicossociais de São Paulo.
“Ontem, nós tivemos a abordagem e a prisão de 42 pessoas. Dessas 42 pessoas, quatro aceitaram, voluntariamente, a internação, e as demais, 38, estão sendo atendidas nos nossos centros psicossociais da prefeitura de São Paulo. O último dado, agora, de 11 pessoas, uma aceitou a internação voluntária. Os outros 10 estão encaminhados aos centros psicossociais”, continuou o prefeito.
Prefeitura buscou atalho?
Perguntado pelo apresentador Luiz Megale sobre a prefeitura ter encontrado algum “atalho” para a internação compulsória, o prefeito disse que não pode fingir que o problema [usuários de crack em via pública] não existe.
“Eu vou enfrentar. Eu tenho certeza que terei o apoio da população porque não é aceitável as pessoas ficarem no meio da rua com cachimbo, usando crack, acabando com a sua vida, com a vida dos outros. Acho que a gente está no caminho certo porque não é que a gente está achando um atalho. Estamos fazendo aquilo que deveria ter sido feito”, completou o gestor de São Paulo.
Frentes contra a Cracolândia
O chefe do Executivo municipal ainda destacou que o combate à Cracolândia atua em três frentes: assistência em saúde e social e direitos humanos. Além disso, existe trabalho de urbanização e recuperação de espaços no Centro da capital, antes dominados por traficantes e dependentes. Por fim, há foco na prisão dos traficantes.
“Nós fizemos uma ação em conjunto com o governo do estado em três tripés: assistência em saúde, assistência social e direitos humanos são um, atendimento ao usuário. O segundo tripé: urbanização de espaço. Nós estamos reformando a Praça Princesa Isabel, a Praça do Cachimbo, que tinha aquela feira do craque, vou inaugurar agora. Ponto três: prisão para traficante. Não permitir que o tráfico possa dominar uma área da cidade de São Paulo”, pontuou Nunes.