Um menino de 11 anos que comeu uma marmita envenenada em Itapevi, na grande São Paulo, está há mais de um ano internado, com teve sequelas irreversíveis.
Fábio Abraão Jorge de Araújo era um menino ativo, mas tudo mudou em julho de 2020, quando ele comeu uma marmita. Dentro havia um veneno conhecido como “chumbinho”, usado para matar ratos. Outros dois moradores de rua que comeram as marmitas morreram.
O garoto, então com 11 anos, foi levado em estado grave para o hospital e depois para uma instituição de caridade. O envenenamento causou paralisia cerebral em Fábio. Ele não fala, não anda e tem dificuldades para se alimentar.
Segundo a neurocirurgiã Tatiana Vilasboas, as lesões cerebrais provocadas pelo envenenamento são irreversíveis.
“Nesse quadro, geralmente as consequências são permanentes. O que pode ser feito seria uma reabilitação com fisioterapia e fonoterapia para haver algum ganho. Mas nem sempre conseguimos atingir o quadro de antes do envenenamento
O advogado Nelson Issao Hoshino afirmou que o inquérito que apura o caso está sendo arquivado sem que os autores do crime sejam identificados.
“Infelizmente, é mais um caso de crime hediondo, crime violento, e que está indo ao caminho da impunidade”, lamentou o defensor.
Com um trabalho de fisioterapia, Fábio está recobrando alguns movimentos. O pai do garoto está revoltado com o fato de ninguém ter sido preso.
“Dá revolta, pessoa solta em Itapevi, a polícia não faz nada, só fala que está averiguando. Já vai passar quase um ano e meio já e o menino no hospital. É difícil uma situação dessas”, criticou Flávio Araújo, que diz não ter condições de cuidar do menino.