Criminosos disparam 3 mil mensagens por dia para o golpe do falso emprego

Vítimas são atraídas por anúncios de vagas que não existem, pagam por inscrição no processo seletivo e ficam no prejuízo

Por Maira Di Giaimo

Imagina trabalhar meio período e ganhar entre R$ 500 e R$ 3 mil por dia? Receber uma proposta dessa é muito tentador e pode deixar muitas pessoas interessadas. Mas se trata de um golpe cada vez mais comum. 

O monitoramento feito pela PSafe mostra que a cada dia os criminosos disparam até 3 mil tentativas de golpes no país.  De janeiro até abril deste ano, foram compartilhadas mais de 220 mil mensagens com vagas falsas de emprego.

Os golpistas se aproveitam do grande número de pessoas em busca de vagas - segundo o IBGE, o País tem mais 11 milhões de desempregados atualmente.

Brasileiros estão recebendo, todos os dias, sem parar, ofertas como estas disseminadas principalmente pelo WhatsApp e outras redes sociais com um anúncio de vagas de emprego falsas. A oferta, divulgada por meio de links quase idênticos ao de empresas conhecidas e consolidadas no mercado, leva o usuário para um site que não pertence a uma empresa real.

 Ao acessar o link, o usuário é incentivado a responder uma pesquisa para concluir o suposto cadastro e, posteriormente, compartilhar o ataque com seus contatos nas redes sociais. Há quem receba ofertas de emprego tentadoras duas a três vezes ao dia.

Alguns golpistas pedem dinheiro para cursos de qualificação ou taxas de inscrição para processos seletivos.

Muita gente também tem perdido quantias significativas em outro esquema. A vítima é orientada a se inscrever numa plataforma em que o trabalho é avaliar compras online para promover lojas virtuais.

Para ganhar o dinheiro, é preciso completar tarefas, mas cada etapa exige um pagamento prévio. A vítima até consegue lucro nas primeiras operações, mas é só uma estratégia para fazer a pessoa depositar mais.

Quando ela pede os valores de volta, os bandidos dizem que é preciso completar mais tarefas ou pagar uma multa, que passa de R$ 1 mil. Como são páginas de fora do Brasil, fica mais difícil reaver o dinheiro. 

A advogada especializada em Direito Digital, Elaine Keller, dá as dicas para não cair nos golpes: “A pessoa deve ligar para a empresa e se certificar que a vaga realmente existe", explica. “E sempre lembrar que nunca se paga para se conseguir um trabalho, nem exame admissional nem para se cadastrar em uma plataforma.”

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