A crise diplomática entre o Brasil e Israel preocupa o Ministério da Defesa. Acontece que empresas israelenses são importantes fornecedoras de tecnologia para as Forças Armadas brasileiras.
Um dos exemplos tecnológicos é o caça Grippen, da Força Aérea Brasileira (FAB). A aeronave sueca é um dos mais avançados do mundo e conta com componentes de pelo menos sete nações. Uma delas é Israel.
No Ministério da Defesa, o temor é que o estremecimento das relações diplomáticas após as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a ação de Israel na Faixa de Gaza dificulte o fornecimento de material tecnológico para o Brasil.
A empresa israelense Elbit Systems fabrica o display digital do Grippen, um componente central do caça, responsável por mostrar dados de voo, e o sistema de contramedidas do cargueiro brasileiro KC 390, usado na defesa do avião.
Em abril, o Exército iniciou uma licitação internacional de R$ 1 bilhão para o fornecimento de 36 blindados. A Elbit é uma das que participam da disputa. A tendência é que Lula não interfira numa licitação das Forças Armadas, mas a avaliação no Planalto é de que tudo dependerá da disposição de Israel em “não esticar a corda”.