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CUT diz que não irá se contentar com salário mínimo anunciado por Lula

Maior central sindical do País considera cálculos do Dieese e diz que caso o programa de valorização do salário mínimo não tivesse sido interrompido o valor teria subido para R$ 1.382,71.

Da Redação

O presidente da Central Única dos Trabalhadores, Sérgio Nobre, divulgou nota em que crítica o valor do salário mínimo anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não iremos nos contentar com a proposta atual nem aplaudir quem nos está lesando”, escreveu o líder da entidade.

Lula definiu que o valor do salário mínimo passará dos atuais R$ 1.302 para R$ 1.320. O aumento deve coincidir com o Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio.

Presidente da maior central sindical do país, Sérgio Nobre afirma que o valor deveria ser de R$ 1.382,71 e que a CUT não foi ouvida pelo novo governo a respeito do tema. A crítica foi feita também por dirigentes da Força Sindical.

Em nota, Nobre diz que a CUT considera que o aumento anunciado pelo petista não é o esperado nem suficiente e que os cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que, caso o programa de valorização do salário mínimo não tivesse sido interrompido, a valorização deveria ser de 6,2%, elevando a cifra para R$ 1.382,71.

“A Central Única dos Trabalhadores, que conhece os direitos e representa a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, sabe que esse aumento [proposto por Lula] não é o esperado nem suficiente”, escreveu.

Tanto o valor citado por Nobre como o definido pelo governo Lula destoam dos R$ 1.343 propostos por centrais sindicais em reunião com o presidente em 18 de janeiro.

Naquele mês, o governo havia adiado o anúncio do aumento para R$ 1.320, uma das promessas de campanha de Lula. A equipe econômica sustentava que o custo acima do esperado com aposentadorias e pensões –que têm vínculo com o piso das remunerações do país– limitava o reajuste.

Leia a íntegra da nota:

"Hoje, o governo Lula em tentativa de reparação do desmonte orquestrado pelos governos Temer e Bolsonaro, divulgou aumento do salário mínimo para R$ 1.320,00, a vigorar a partir de maio.

O salário mínimo valorizado é o maior instrumento para se diminuir a desigualdade social, apontar para o crescimento do país e remunerar corretamente a força de trabalho.

A Central Única dos Trabalhadores, que conhece os direitos e representa a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, sabe que esse aumento não é o esperado nem suficiente.

A CUT estuda a fundo, de forma técnica, todos as variáveis que influenciam e afetam a vida do trabalhador. Os cálculos do DIEESE mostram que, se o Programa de Valorização do Salário Mínimo não tivesse sido interrompido, hoje valor deveria ser de R$ 1.382,71. O que significa uma valorização de 6,2%.

A retomada do crescimento econômico só se dará com uma política consistente de valorização salarial. É a força dos trabalhadores que movimenta a economia brasileira.

Não iremos nos contentar com a proposta atual nem aplaudir quem nos está lesando.

É importante deixar claro que a CUT não foi consultada nem ouvida a respeito do novo valor do salário mínimo.

A CUT não deixará de defender o trabalhador e seus direitos.

Reafirmamos que R$ 1.382,71 é o valor mínimo que a Central Única dos Trabalhadores defende e pelo qual trabalha.

A CUT segue na luta.

Sérgio Nobre

Presidente nacional da CUT”

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