Dos primórdios das campanhas políticas no Brasil até os dias atuais, jingles sempre marcaram as eleições. Na campanha de Getúlio Vargas, na disputa presidencial de 1950, por exemplo, a música o “Retrato do Velho” se destacou. Os refrãos dessa e de outras tantas canções, de vários outros candidatos, ficaram gravados na memória por gerações.
Os candidatos apostavam em ritmos que são a cara do Brasil. Na década de 1960, “para varrer a corrupção”, Jânio Quadros transformou a vassourinha num símbolo eleitoral.
Varre, varre, varre, varre vassourinha! Varre, varre a bandalheira, que o povo já está cansado de sofrer dessa maneira (jingle de Jânio Quadros)
Na linha do tempo, descobrimos a variedade de objetos usados nas campanhas, como os primeiros santinhos, jogo da memória, caixa de fósforo e o que mais se possa imaginar. Para defender a candidatura ligada ao Plano Real, um cofrinho.
Toda essa história das campanhas eleitorais está guardada no acervo do colecionador Fernando França.
“Têm caixas e caixas desse material aqui, que, para muita gente, é lixo. Para mim, é o maior documento histórico das eleições no Brasil. Por exemplo, no tempo do Carlos Lacerda, eles inovaram com o plástico na propaganda. No tempo do Juscelino Kubitschek, eles usavam muito a flâmula”, relembrou Fernando.
Os tempos mudaram. Das faixas e cartazes, a estratégia migrou para o palanque na palma da mão. Os políticos tentam conquistar o eleitorado, também, pelas redes sociais. O humor passou a fazer cada vez mais parte das campanhas.
“O humor sempre foi um veículo para você passar uma mensagem e ela se disseminar mais fácil. Então, isso se desloca para as redes e é amplificado nas redes, mas sempre existiu na política”, explicou a cientista política Mayara Goulart.